Por André Aloi
Fafá de Belém mostra todo seu rock ‘n roll neste sábado (30.01) no teatro J. Safra, em São Paulo. A gente não errou o gênero musical, não. Neste espetáculo, a cantora faz uma ode aos roqueiros, cantando de Roberto Carlos a Pitty, passando por uma gama de artistas que você nunca imaginou que a cantora de sorriso largo, do Pará, pudesse dar voz. “Não vai ter couro porque não é caricatura. Vou estar de preto. Quem vai me trazer toda a bossa é o Hector ‘fabuloso’ Albertazzi, com suas correntes lindas, pesadas e chiquérrimas e que não me dão coceira”, gargalha.
O repertório, ela enumera: “passa por Focus, Jethro Tull, coisas da minha adolescência. No meio do caminho, Plebe Rude, que é forte. Passa por Michel Polnareff (roqueiro francês). Ai vem Frejat, Legião Urbana… Essas coisas que gosto de ouvir”, explica ela, que – entre sua famosa gargalhada – responde que ainda compra CDs. “Gosto de ver quem faz, quem não faz. Ultimamente tem-se desvalorizado muito, em especial essa coisa de direito desconexo”. Entre as últimas aquisições estão Paulo Gonzo, Mariza, José Zambujal – todos de Portugal.
Sobre o show, ela fala que é uma coisa que queria fazer há muito tempo. “Comecei a conversa com Tom Capone quando fizemos o CD ‘Maria de Fátima’ (nos idos de 2000). Acabou a estada dele nesse mundo (em 2004), e sempre quis fazer uma coisa de rock”, revela. A cantora diz que se identifica com as pessoas que produzem esse tipo de música, assim como a atitude. “Sou muito menos formal. Me conecto com o pessoal do rock. Ai, quando vi os projetos musicados do André Midani, pirei e amei. Propus ele e começamos a trabalhar com o Edgar Scandurra (guitarrista do Ira!).
Da nova cena musical, Fafá diz que gosta de Johnny Hooker: “conheci e não sabia muito quem era ele. Quem me trouxe foi o Valtinho (Fragoso, seu assessor). Assisti ao filme (“Tatuagem”, do qual fez a trilha sonora: ‘Volta’) e acho ele maravilhoso. Ousado, meio louco… Sai do politicamente correto que a gente está vivendo”, brinca, dizendo que se identifica por que também nunca seguiu essa linha. “É claro que tem pessoas que esperam que eu seja formal. Elas não vão gostar (do show) se forem esperando que cante ‘Foi Assim’ e ‘Vermelho’. É uma coisa para ser feliz e cantar junto, como se fosse em casa”.
Com agenda cheia com shows do seu mais recente álbum, “Do Tamanho Certo para o meu Sorriso”, Fafá diz que pode fazer um registro dessa apresentação. “Acho DVD chato. Não gosto nem de ver… Acho chatíssimo. Tenho um só. Então talvez grave, mas não está na minha lista de prioridades porque vou lançar o disco em Portugal e relançar no Brasil”, frisa.
Para saber se ela se envolve com o público e se deixa levar pelos pedidos de suas músicas mais famosas, você vai ter de ir ao teatro J. Safra, na Barra Funda, na capital.
OUTROS COMPROMISSOS
Também neste sábado, faz parte pela primeira vez do trio “Bicho Maluco Beleza“, de Alceu Valença – que se concentra às 11h no Monumento às Bandeiras (Ibirapuera). Pique pra isso? “Tenho até mais”, ri. Na próxima semana, ela também se apresenta no Carnaval de Pernambuco e no de encerramento no de rua de São Paulo, no Vale do Anhangabaú. Ainda está tentando desfilar pela Mangueira, no Rio, que homenageia Maria Bethânia. “Queria muito ir a esta homenagem”, diz ela, que recebeu o convite da escola e da própria cantora.
Depois disso, pega 15 dias de férias. “Vou pro mundo, descansar um pouco”, brinca. “Talvez Vale Douro Sempre Portugal, lá é meu bálsamo. Vou para uma parte que não tem nada a ver com o que o Brasil conhece”.
VOVÓ DE NOVO
Filha de Fafá, Mariana Belém está grávida de segundo bebê – Julia. “A qualquer momento pode nascer”, brinca. Ela já é mãe da pequena Laura, de 4 anos – também fruto de seu relacionamento com o empresário Cristiano Saab. “Quando a primeira neta nasceu, tive a sensação de que cheguei à segunda adolescência. Quero mergulhar nela com alegria e muita saúde e torcer pela nova que está chegando, fazer todo mundo cantar. Ah, e alguns namorados também porque ninguém é de ferro”, complementa, soltando mais uma vez sua gargalhada. “Você está namorando”, questionamos. “Essa pergunta jamais respondo”, finaliza, rindo.