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“Cartola está acima do bem e do mal”, diz Teresa Cristina, que faz show de clássicos em SP

Por André Aloi

Teresa Cristina começou a cantar Cartola para um pocket show no encerramento de um projeto no Rio de Janeiro, em 2015. Foi tão emocionante, ficou com isso na cabeça, dizendo que queria se apresentar mais vezes. Levou o show para o Theatro Net, no Rio de Janeiro, com direito a duas sessões de ingressos esgotados e gravação para um canal no YouTube. Repetiu a dose nesta segunda (18.01) para ser exibida ao vivo no canal BIS.

Agora chegou a vez de São Paulo conferir de perto a artista portelense “traindo” sua escola-mãe e dando voz a clássicos eternizados por Cartola, que narrou em muitas de suas canções seu amor pela Mangueira. “Aquilo me deu um tesão tão grande. Falei: ‘nossa, que bacana. Uma ideia do nada, de bobeira’. Na vida, as coisas não são à toa. Deus não dorme”, brinca. Ela faz show nos dias 21 de janeiro (esgotados) e 21 de fevereiro (à venda).

O show cantando Cartola foi uma surpresa, segundo a artista. “Gosto muito dele, sou fã. Mas era algo improvável, já que sou portelense. Tem gente que reclama, fala que eu virei Mangueira, outras acham legal. Eu, sinceramente, acredito que ele esteja tão acima do bem e do mal, que eu nem penso… Quando escolhi fazer, nem passou pela minha cabeça estar traindo a Portela de alguma maneira. Ele  é um Jedi (lê-se jedái, fazendo menção aos personagens fictícios da franquia americana ‘Star Wars’)”, brinca.

Ela acredita que o artista está no mesmo patamar de Dorival Caymmi, Nélson Cavaquinho e Pixinguinha. “São compositores com uma assinatura muito forte. Você ouve e identifica, reconhece a obra dele até sem o nome. Poucos compositores têm essa assinatura nas canções”, reflete, dizendo que só há uma música que não se sente muito confortável em cantar. É “Sala de Recepção”, cujos versos dizem: “Temos orgulho de ser os primeiros campeões. E as outras escolas até choram invejando a tua posição. Minha Mangueira da sala de recepção”. Nesse momento, a plateia cai na gargalhada.

A iniciativa de gravar a apresentação em DVD (para ser distribuído online por meio do YouTube) surgiu da nova empresária de Teresa, Paula Lavigne, que queria preencher o ócio da gravação de um novo CD de inéditas com uma apresentação especial. “Ela é muito esperta, pensa muito rápido. Chegou e falou: ‘já que esse show tá com essa bombação toda, vamos arriscar e gravar logo, direto. Achei meio loucura. Mas também gosto de coisa louca. Falei: ‘vamos’, mas meio assim. E que bom. Acho simpática a ideia de o DVD estar online”.

Ela acredita que o sucesso dessa fórmula se deu por causa da escolha do repertório, estava cantando bem (as músicas) e as coisas acabaram dando certo. “Eu fiz o primeiro show, estava bem nervosa. Quando chegou o segundo, falaram que talvez Caetano (Veloso) fosse. Todas as vezes que olhava pra plateia, não o via. Depois que vi o show filmado, sei o momento certinho que o enxerguei na plateia, estava cantando ‘as Rosas Não Falam’, talvez”, relembra. “Nos primeiros contatos, sempre se mostrou uma pessoa generosa, como quando me chamou para cantar com ele (“Festa modesta”)”, pontua.

Acompanhada do violão de Carlinhos Sete Cordas, a artista sobe ao palco do Theatro Net São Paulo nesta quinta-feira (21.01), com o show “Teresa canta Cartola: um poeta de Mangueira”. Os ingressos para esta apresentação se esgotaram. Uma nova data está à venda: 21 de fevereiro. Custam de R$ 60 (balcão,meia) a R$ 140 (inteira, plateia). Entre outras canções, ela canta “As Rosas Não Falam”, “O mundo é um moinho”, “Alvorada”, “Peito Vazio”, “O sol nascerá” e outros grandes sucessos do saudoso sambista.

SERVIÇO
Teresa Cristina @ Theatro Net SP
Rua Olimpíadas, 360 – Vila Olímpia (dentro do shopping Vila Olímpia)
Teresa Cristina canta Cartola: um poeta de Mangueira
Dias 21 de janeiro e 21 de fevereiro
Ingressos à venda: de R$ 60 a R$ 140

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