O diretor Spike Lee não vai à cerimônia de entrega do Oscar em 2016. Jada Pinkett Smith disse que não vai sequer assistir à premiação. O motivo? Todos os atores indicados e a esmagadora maioria de concorrentes nas demais categorias são brancos.
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Lee anunciou a decisão pelo Instagram, tendo como legenda uma carta que enviou, também, à Academia. “Como é possível, pelo segundo ano consecutivo, todos os 20 concorrentes nas categorias de ator serem brancos? Nós não conseguimos atuar? WTF!”, diz, no texto.
O escritor aponta os próprios estúdios como grandes barreiras, pois são eles que tem o poder de dar sinal verde a projetos com melhores papeis para atores negros. Para ele, a falta de reconhecimento no Oscar é apenas um sintoma de um problema muito mais complexo. “Pessoal, a verdade é que não estamos naquelas salas e até que as minorias estejam os indicados ao Oscar vão permanecer brancos como lírios”, conclui – vale dizer que ele usa a expressão “Lilly White”, que remete a cor mas também ao movimento anti-direitos civis “lily-white”, que existiu nos Estados Unidos no fim do século 19 e início do 20.
Jada, por sua vez, compartilhou um vídeo no Facebook falando sobre seu boicote, além da importância do empoderamento e reconhecimento dos negros. “Somos pessoas dignas e poderosas, não vamos esquecer disso. Então, que a Academia o faça, com toda graça e amor”, afirma.
Em seus depoimentos, ambos ressaltam que não querem, de forma alguma, desrespeitar o apresentador deste ano, Chris Rock.
De acordo com o Vulture (site de cultura sob o guarda-chuva do The New York Times), a Academia ainda não respondeu às declarações. Rock, no entanto, já fez piadinhas trocando o nome Oscar por “White BET Awards” (algo prêmio das apostas brancas).