Top

“Wicked”: conheça o elenco brasileiro; musical da Broadway estreia em março, em São Paulo

Por André Aloi

“Wicked – A História Não Contadas das Bruxas de Oz“, um dos espetáculos mais famosos da Broadway, desembarca no Brasil dia 4 de março, no Teatro Renault, em São Paulo. Enquanto os figurinos e cenário ainda estão ganhando forma, RG apresenta o elenco da montagem tupiniquim. Myra Ruiz interpreta Elphaba e Fabi Bang, Glinda – a Bruxa Boa do Sul.

No papel de Fiyero, os atores Jonatas Faro e André Loddi revezam. Completam o elenco principal: Adriana Quadros (Madame Morrible), Giovanna Moreira (Nessarose), Bruno Fraga (Boq) e César Mello (Doutor Dillamond). A diretora local é Rachel Ripani, que anteriormente assinou a tradução de “O Rei Leão”.

Ao todo, 34 atores fazem parte do casting, que teve seleção da americana Lisa Leguillou, baseada na direção original de Joe Mantello – ganhador de dois prêmios Tony, considerado o Oscar do teatro. “É desafiador encontrar bons atores e cantores porque as músicas são muito complicadas”, revela. “Foi espetacular (a seleção). Todos que vieram, eram ótimos. Não imaginei que seria tão difícil. Tivemos de pedir para eles voltarem várias vezes”. Ela compara a dificuldade de escolher os atores à montagem original, de 12 anos atrás.

Segundo Lisa, o maior desafio foi encontrar a química entre as protagonistas. “Foi instintivo. No piano, espiei como elas respondiam uma a outra. É algo que não dava pra ensinar. Elas tinham uma ótima energia. A energia aqui tem uma paixão que é muito única. Diria que este casting é o mais único que escolhi”, elogia. “Tenho de dizer que foi uma surpresa porque achei que seria difícil por causa da voz. Mas fiquei impressionada com a técnica vocal deles. Sabia que seriam bonitos, bons atores, mas bons cantores, foi uma surpresa”.

Com 10 anos dedicados ao teatro musical, Fabi Bang interpreta Glinda. Ela diz que era seu sonho participar dessa montagem que começou na Broadway. Inclusive, já havia assistido em Londres há alguns anos.”Você já quis muito uma coisa? Foi isso. Nossa, eu quis muito e conquistei”, comenta, referindo-se ao papel e também ser protagonista. “Eu me sinto merecedora de uma protagonista há muito tempo. Era um passo muito importante que queria dar na minha carreira e ele veio com a Glinda, que é o personagem dos sonhos”.

Ela afirma que talvez os produtores já estejam olhando para ela com uma veia cômica, que é um traço forte de sua personalidade. “Sou uma pessoa naturalmente engraçada”. Assim como comentou a diretora, as duas atrizes estão fortalecendo uma amizade improvável – que começou há uma semana. “A gente está muito conectava”, comenta Fabi. “São dois papeis que toda mulher sonha em fazer. Ela sempre fala pra mim: está acontecendo, é a gente”, expressa Myra, a outra protagonista, que interpreta Elphaba.

Em seu primeiro papel desta magnitude, Myra Ruiz – que aos 22 anos tem cinco dedicados ao teatro musical – pretende se guardar fisicamente para aguentar a três horas de maratona, semanalmente, de quinta em diante. Sábado e domingo, por exemplo, tem sessão dupla: “fim de semana, a gente chega depois do almoço e vai embora meia-noite”.

Ela garante que já assistiu ao espetáculo na Broadway cinco vezes, a última foi agora no Natal, sabendo que estaria na peça brasileira. Soube desde os 15 anos que queria esse papel: “ Elphaba é muito bocuda. Fala tudo o que ela quer, briga com todo mundo, discute. Apesar de coisas boas e ruins acontecerem na vida dela, amadurece e aprende a ser uma mulher mais controlada. Não sou boca dura, mas falo muita coisa que depois penso: ‘não deveria ter falado’. Estou aprendendo a me guardar um pouquinho mais, falar coisas certas nas horas certas e ouvir mais”, finalizou.

Assista à adatação de “One Short Day” no ensaio aberto:

DOIS ATORES, UM FIEYERO
Jonatas Faro interpreta Fiyero (revezando com André Loddi). Mas não é sua estreia em musical. Participou de outra montagem, no Rio, em 2010. “Como ‘Hairspray’ era um musical muito grande e fazia o protagonista, estava vendo uma hora boa de voltar com um papel interessante”, diz o ator carioca, que deve retornar às telas da TV no segundo semestre de 2016, e até lá vai ficar na ponte-aérea. “Sou fã. Já assisti três vezes na Broadway e duas em Londres. Nesta última, um dos atores era brasileiro, me reconheceu, e me levou para fazer um tour nos bastidores”, comemorou.

Loddi garante que, tecnicamente é muito interessante esse trabalho de alternância. “A gente constrói junto porque assiste ao outro, e isso é um privilégio. Além de ser menos desgastante, te permite ter um olhar de fora, poder ver o papel na outra pessoa”. Outro fã de carteirinha do musical – tinha até camiseta oficial -, já assistiu ao espetáculo três vezes (NY, Londres e São Francisco). Ele, que participou de “I Love Paraisopolis”, em 2015, fala do retorno aos palcos: “foi um ano intenso, num gênero que não dominava, um lugar de risco, sendo visto pelo País todo. De volta aos palcos, é como se estivesse voltando pra casa”, pontuou.

MONTAGEM
De acordo com o diretor comercial e de marketing da T4F, Geraldo Rocha Azevedo, nenhuma adaptação foi feita por conta da crise econômica. “A produção está sendo feita do jeito que ela foi montada originalmente. Apostamos que esse conteúdo tenha a atratividade necessária para poder ficar em pé com o tipo de investimento que fizemos. É uma superprodução”, explica. “Não houve nenhuma adaptação. Produção Broadway total”.

Azevedo comentou ainda que produções já adquiridas pela T4F e anunciadas em 2012, como “A Pequena Sereia” e “Mary Poppins”, foram adiadas por questões estratégicas. “Surgiu a oportunidade. ‘Wicked’ é um musical das maiores bilheterias, muita atratividade. Por uma questão estratégica, optamos por trazer agora”. No entanto, não se sabe ao certo quanto tempo o espetáculo ficará em cartaz. Há ingressos à venda até o fim de maio. Ele espera que haja fôlego para estender a temporada até o final do ano, repetindo sucessos de “O Rei Leão” e “Mudança de Hábito”. “Acreditamos muito nesse conteúdo”, arremata.

Mais de Cultura