Por André Aloi
Ser única menina de um quinteto não é problema para a vocalista do Of Monsters and Men, Nanna Bryndís Hilmarsdóttir, que está ao lado dos marmanjos Ragnar “Raggi” Þórhallsson, Brynjar Leifsson, Arnar Rósenkranz Hilmarsson e Kristján Páll Kristjánsson desde 2010. Há três anos vem mostrando a cultura do folk islandês, quando estourou com o meteórico hit “Little Talks”.
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“Toda minha vida estive cercada de garotos. Estava interessada nas coisas deles, de um jeito estranho, como música, skate, quadrinhos. Fico muito confortável (hoje em dia) porque, no fim das contas, é coisa de garota também”, conta Nanna ao Site RG, de Nova York, onde estava para se apresentar na TV, divulgando o mais recente CD (“Beneath The Skin”, Universal, 2015). O grupo vem, pela segunda vez ao Brasil em março de 2016, mais uma vez para o festival Lollapalooza, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Antes, esteve em maratona de shows pela Europa e América até o fim do ano passado.
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A dúvida – clichê, a gente sabe – é se ela tem algum temor. Monstros, talvez? “Tenho muito medo dos homens. Às vezes não se sabe a diferença”, zoa. Mas talvez ela não aguentasse ver sua intimidade exposta nos tabloides. Por ser a garotinha, de 26 anos, de um grupo é mais fácil se blindar do que quando se tem uma carreira solo. “Não poderia imaginar ter minha vida assim, fico muito confortável com a privacidade. É muito estranho imaginar que há muita coisa além da música”.
“Me enjaule como um animal, me coma como um canibal”, diz a letra de “Human”, faixa de onde vem o título do novo trabalho. “Quisemos fazer um álbum mais humano. E falamos disso em todos os sentidos, não só emotivo, mas no corpo também. Seja humano! Lide com as suas emoções, e é muito aceitável você ter defeitos e conviver com isso”, exclama, citando que a arte da capa foi criada por Leif Podhajský.
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Depois de uma turnê bem-sucedida, e todo o auê em torno do primeiro CD (“My Head is an Animal”, 2011), voltaram pra casa pra compor este novo. “Queríamos imprimir honestidade nas letras, mesmo sem ter discutido isso entre nós, ou onde queríamos chegar. O que foi positivo no fim, porque tínhamos diferentes ideias. Se tivéssemos feito isso, as diretrizes poderiam ter se perdido e poderíamos ter nos restringido um pouco. Neste novo, entramos numa sala para tocar, passar um tempo juntos, e o que tinha que sair, saiu”.
Ligada à moda, a vocalista explica que vê o mundo fashion como um jeito ótimo de se expressar. “Quando você vai para um show, está no palco, faz parte do jeito que você conta uma história”, explica. Assim como outra islandesa famosa – e apontada como ícone fashion – ela não sabe dizer que Björk é uma inspiração clara em algo. A única certeza – e ela faz questão de frisar – é que ela é a “madrinha” de seu país. “Ela inspira mesmo sem inspirar”, brinca.
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Nanna sinaliza que a banda tenta não se deixar levar pela pressão da indústria da música. “Vê o que está acontecendo, e se lembrar quem você é”, diz o mantra para se manter focada. “E voltar para casa, onde não há nada louco acontecendo. Por isso, a maior parte do nosso processo criativo é lá”. Ela fala com emoção de sua primeira passagem pelo País, no Lolla de 2013: “amamos tocar no Brasil porque foi um dos shows mais memoráveis pra gente, falamos muito sobre isso. Estamos muito animados em voltar. Por favor, ouçam (o CD “Beneath The Skin”)”. Recado dado!