Aposta RG: Marcelo CIC, o DJ tipo exportação se apresenta no EDC Brasil
Por André Aloi
Acontece neste sábado (05.12) o segundo dia da maratona eletrônica EDC Brasil, a franquia do festival Electric Daisy Festival de Las Vegas. Em sua primeira edição, além dos superstars Steve Aoki e Skrillex, o line-up contempla artistas como Knife Party, Above & Beyond, Vintage Culture e os também brasileiros Renato Ratier e Alok (considerado o DJ tupiniquim número 1). Com produção da T4F, acontece no Autódromo de Interlagos, em SP.
RG conversou com o aclamado Marcelo CIC, DJ do selo AfterCluv DanceLab (representado pela Universal). Ele esteve em junho nos Estados Unidos, mostrando suas batidas para os fãs de EDM. Neste sábado (05.12), volta a se apresentar no palco do EDC: “com este selo, queremos mostrar que é possível exportar música eletrônica e que daqui a pouco seja algo normal ter uma ‘major’ apoiando. Existe mercado, é possível exportar, e a gente quer ser reconhecido como um catalisador na América Latina”.
Ele prepara seu primeiro CD autoral, com 14 faixas (incluindo algumas já lançadas, como “Superfans”, “One” e “Clunk”). Entre as colaborações, nomes como DyCy, Miss Palmer e Matthew Koma. Ainda terão duas faixas com timbres e sons de influências brasileiras. “Não esperem cantores em português. Como tem que ser algo universal, a língua vai ser o inglês. Não descarto a possibilidade de lançar uma música voltada exclusivamente ao mercado brasileiro. A Universal, inclusive, colocou o seu catálogo de artistas à disposição”, informa.
CIC diz gosta mais da pista (por causa da energia do público), mas é um produtor versátil . “Posso produzir uma faixa com rapper ou para Taylor Swift. Sei como fazer e isso já é grande coisa. Essa nova fase é justamente para que a gente faça um crossover do CIC de pista para o mainstream”, garante ele, explicando que quer se popularizar. O DJ passou curtos períodos fora do País para estudar. Fez curso de produção e sempre quis ter sua própria marca na música: “Qualquer um pode ser DJ. Sai de um programa e já pode tocar. Falei: as pessoas precisam me reconhecer”.
Aos 30 anos, CIC diz que começou a carreira de DJ aos 11 anos de idade, no Rio. Seu pai foi um grande incentivador. Afinal, trabalhou por muitos anos gerenciando casas noturnas na cena carioca. Mas já 15 anos deixou a “night”. “Hoje ele é tipo pai coruja. Estava vindo pra cá (para a entrevista), tuitei, ele já retuitou. ‘Esse é meu artista, meu garoto’, diz. Tem orgulho, passou a bola para mim. Ele sempre foi muito aberto e jogou limpo comigo. Como ele foi de uma época pesada da noite, sempre teve muita experiência sobre o que estava acontecendo. O que ele me passou, é incrível. Só de ter esse background, já abriu portas”.
Seu maior desejo é continuar tocando pelo mundo. Ele diz que é do tipo que adora se planejar. Para daqui 5 anos, por exemplo, pensa: “Quero me estabelecer. Nunca quis fazer uma turnê de um ano e nunca mais voltar. Já tive diversas chances de escolher lugares ruins só pra dizer que sou um DJ internacional. Mas não. Tudo meu é super programado. Se nada der certo, sei o ano que tenho que parar para abrir uma outra coisa”, argumenta.
Casado, ele diz que se planeja para tudo: “Sou muito organizado, meticuloso”. Até para ser pai! “Para isso, pensamos daqui a seis ou sete anos. Pretendo”, afirma, explicando que é “doente” de se organizar, inclusive no dia a dia. Mas a inconstante vida de DJ segue até a hora de se despedir das pick-ups. “Acho que DJ não se aposenta. A gente tem que fazer uma aposentadoria paralela. A maioria (dos que conheço), é até curioso, abre um curso de DJ, vira agente, abre uma agência”, pontua.
Mas até lá tem chão. Por ora, é continuar investindo em seu “techno” e “house” a fim de se estabelecer na cena, que cada vez mais vem crescendo, ainda mais com a adoração do público brasileiro, e a receptividade com festivais tão nichados, como o próprio EDC e o Tomorrowland – ambos recém-chegados ao País. Ou consagrados, como Tribe, XXXPerience etc. Bom, fiquem de olho. Porque nossa Aposta RG, além do Brasil, também se apresenta no EDC do México, que acontece em março de 2016.
Ouça o single “Superfans”:
1 / 1Produtor do selo AfterClub é uma das atrações do EDCFoto: Divulgação