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Aposta RG! Conheça Jaloo, o cantor brasileiro que recebeu o aval de Grimes

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Por André Aloi

Logo que lançou seu álbum de estreia, “#1” (selo Skol Music), o cantor paraense Jaloo (de Castanhal, distante cerca de uma hora e meia da capital Belém) – radicado há quatro anos em SP – queria que Grimes, a cantora cool canadense, ouvisse seu trabalho. Tanto fez, que pediu para os fãs darem uma ajuda e repassassem a mensagem até ela dar um sinal de vida.

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O movimento deu certo, e ela tuitou: “música encantadora! Bonito visual”. A capa a que ela se refere é uma obra criada por Junior Franch (fotógrafo) e Vitor Nunes, e que também está no clipe de “Ah! Dor”. Junto com o cantor, buscaram referências e chegaram a esse denominador. Mas antes dela, Pitty usou a mesma plataforma pra compartilhar sua “obsessão”. Jaloo, que já tinha chamado a atenção de RG nessa época, fez e aconteceu em seu show na última sexta (21.11), no 3º Baile do Turbante “¡VENGA-VENGA!” (no Circo Stankowich), em São Paulo.

O nome artístico é basicamente um personagem por trás do músico. “Acho que isso está muito claro que o Jaloo não é o Jaime. Eu comecei a separar as coisas com tempo porque é um projeto. No caminho, eu fui entendendo que era uma coisa que estava criando e eu não tinha muito controle. Por conta disso, ele é algo alheio a mim, tem as próprias pernas”. E não tem medo de ter criado um monstro: “se eu criei, também, esta tudo certo porque é tudo expressão. Por enquanto, ele é legal”.

Jaloo diz que o nome surgiu de uma conversa com amigos. “Não tinha nome pra dar ao que fazia. E meu nome é meio zuado, Jaime. A gente entrou num consenso, de juntar meu nome com meu sobrenome. Jaloo é isso: Jaime e Melo, e pronto. A gente colocou mais um ‘o’ pra ficar com som de ‘u’ pra ter só eu no Google, YouTube”, divaga.

O disco é muito pessoal, segundo o produtor. “Tudo o que reflete, a minha personalidade e todos os caminhos que percorri até chegar aqui. No Pará, a gente tem um sincretismo religioso gigantesco. Por exemplo, eu sou ateu. Mas me interesso muito pela festa do Sírio, que é linda e legal, pela história do Candomblé e Umbanda – que é fortíssima. Fazia festa com estas pessoas, mesmos não tendo fé. Pela festa e energia, gosto muito. Me adentro em qualquer lugar que acho positivo e legal”.

O nome do disco também foi uma um processo natural, diz ele. “Não tinha muita pretensão, não (de ser número um nas paradas). Tomara! A ideia é só primeiro porque a hashtag mais 1 tem o mesmo significado em qualquer lugar do mundo. Basicamente isso: soar universal, ser entendido em qualquer lugar do mundo como o primeiro. Se colocasse o ‘ozinho’, em alguns lugares não funcionaria”.

Ele diz que a produção, do disco foi bem solitária. “Composição, arranjo. O acabamento que foi com algumas pessoas, como Kasin, que ajudou a nivelar algumas frequências do áudio. O que a mixagem também eu fiz no estúdio do Rodrigo Sanches, foi bem legal. Mas a produção em si do material , a composição foi bem solitária nesse processo”, revela. Algumas dessas músicas existiam há uns 2 ou 3 anos, e outras saíram na semana que tinha pra entregar o disco. “Criar é um exercício natural. Acordo, ligo computador e começo a fazer coisas. Às vezes, estou ouvindo uma música e produzir fazer também”, diz ele, comentando que seu workroom estava cheio de projetos inacabados e o álbum pôs um ponto final.

Jaloo crê que sua música destoa de outros artistas paraenses porque nunca se preocupou em ser embaixador ou usar o tecnobrega para se promover. “Esse disco só tem dois tecnobregas, se é que você pode chamar assim. Lembro que quando comecei a fazer os remixes, tava preocupado em não soar parecido com o pessoal da cena. Até por respeito a eles porque não fazia parte. Sou mais um artista, um ser humano, do que um embaixador de qualquer ritmo. Eu acho que sou mais preocupado em me expressar naturalmente”, pontua.

Se esse disco tem na tristeza uma pauta – porque entre 2013 e 2014, Jaloo viveu um período difícil com o rompimento de uma relação -, em 2015, as coisas estão mais tranquilas. Segundo o artista, a sensualidade e sexualidade estão mais afloradas. “As composições de agora estão indo muito para esse lado. Eu acho que o segundo disco vai ser sexy”.

CHEGADA A SP
A história de fazer música começou quando ele assistiu ao documentário “Brega S/A”, do diretor Vladimir Cunha. “Fala sobre a indústria do tecnobrega. Não tinha nenhum contato com o estilo a não ser o sonoro e gostar mesmo. Não conhecia ninguém do meio nem nada do tipo”, diz ele, que ia bastante nas aparelhagens. “Nele, vi o programa que faziam música. Catei o nome, fui lá no Google, comecei a ver umas coisas no YouTube. Ali já estava fazendo música. Foi uma curiosidade que cresceu e tomou conta”.

Ele fiz que já produziu muita coisa abstrata e ruim no começo. “Mostrei para os meus amigos, que falaram: ‘olha, continua’. Mas, né? Gosto muito deles porque são sinceros. Continuei e não parei. Ai teve uma hora que eu pensei: isso já está bom para mostrar. Foi um remix de ‘Rude Boy’, da Rihanna. Foi parar no site do Diplo, que publicou no Twitter. Tinha uma galera de São Paulo que estava me curtindo, e começou a trocar ideia. Aí começou tudo”.

Por conta deste trampo que lhe foi oferecido, o músico mudou pra São Paulo. “Era um projeto muito sólido de produção musical na periferia paulistana, carteira assinada. Tava no Pará sem fazer nada, fazia quatro meses que havia me formado em Publicidade, curtindo a vida. Vou voltar pro trampo e vim diretão pra SP. Comecei a trabalhar na Zona Leste, conhecendo a cena do Funk Ostentação, lá em 2012 tava bombando. Aprendi muita coisa”. Segundo ele, há algumas coisas produzidas por ele ainda pelo YouTube. “Tanto gostava que acabei fazendo uma homenagem no disco em ‘Fluxo’.

Foto: Junior Franch

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