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Aposta RG! Diogo Strausz, o músico carioca que não usa smartphone: “acho chatão”

Por André Aloi

O músico e produtor Diogo Strausz não tem smartphone, e consequentemente está fora das redes sociais, como o Instagram e Whatsapp. Para provar, tira um celular com o visor todo detonado. “Uma vez comprei um iPhone e tive preguiça de fazer um plano 3G. Depois, um smartphone e me desenteressei. Acho chatão”, destaca o músico em conversa com RG.

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“Sou conectado com as pessoas que me importo. Nunca perco acesso a elas e nem elas a mim”, explica, dizendo que o melhor jeito de se comunicar com ele ainda é por e-mail. Para não dizer que o carioca não está totalmente offline, ele tem Facebook, mas usa pouco: “Não posto. Tô aí, tô tocando, não tá me atrapalhando. Talvez não seja tão importante assim (estar conectado)”.

No fim de semana, ele foi atração do SOL Sunday Sessions, mostrando toda sua veia pulsante da música popular brasileira, bebericando um pouco de Disco Music e de outras fontes que nem ele mesmo sabe dizer. “Sou péssimo de referências, num consigo lembrar das minhas nunca. Sempre que me perguntam, dá um branco”, diz o músico. “Tudo o que ouço e me emociona, fica guardado no HD. Muitas vezes, eu não sei como foi parar ali, e é geralmente o que todo mundo sabe”.

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Além do electro, aspirações de Jazz e Funk – como Tim Maia e Willie Hutch – podem ter servido de bagagem para o CD de estreia de “Spectrum Vol. 1”, que ele classifica como “pouco pensada”. “Ideias foram surgindo ao longo de dois anos. Quanto mais tempo ficavam, mais apelo criavam”, comenta, dizendo que teve um mês pra gravar o álbum. É um disco cheio de parcerias: Kasin, Jacob PerlmutterApolloDanilo e Alice Caymmi, além do próprio cantor, que empresta a voz para apenas uma música: “Vovô”. “Quando componho, vem sempre uma voz na minha cabeça. Ai vou procurando pessoas que admiro e sinto que tem aquela onda, e foi feita pra ela”.

Oriundo da nova cena carioca, afirma que tem uns nomes pipocando por lá: “Jonas Sá, Donatinho, Stefani San Juan (carioca honorário), Mahmundi. Tem uma parada rolando. Tem pouco espaço: Audio Rebel e Solar, acaba que fica entre esses dois lugares. Gostaria que tivessem mais casas no Rio”.

Ele diz que para formatar o CD, tudo veio com facilidade à mente. Menos as letras. “Arranjos, sons, timbres, melodias, voz, tudo. Só que a letra fica enrolada. Tenho que sentar e forçar uma barra. Às vezes peço ajuda. Tem música que minha mãe escreveu letra comigo. Mas letra é o lance. Não sai”, pontua. Ele é filho da jornalista e escritora Rosa Amanda Strausz, autora, entre outros títulos, de “Fábrica de monstros”.

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Com um empurrãozinho de amigos e familiares que ajudaram a compor, falam sobre obsessão (“Assombração”), o ciclo de alimentar a alma com o nosso coração (“Não deixe de Alimentar”) e vice-versa, amor meio sádico (“FCK”), reprodução (“Me Ama”), ponto de vista de uma diva e um cara que tenta agradá-la (“Diamante”), entre outras. “Vovô fiz em homenagem a entidade que o médium que eu tomo passe recebe”.

O cantor também não sabe explicar a unidade do álbum. “De alguma maneira, aparece uma unidade no fim. Vou fazendo e o processo é muito intuitivo. Sou um p*ta caga-regra”, finaliza.

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