Por André Aloi
Os irmãos Guy e Howard Lawrence (aka Disclosure) fazem nesta sexta-feira (25.09) o lançamento mundial do tão aguardado segundo CD “Caracal” (lançado pela Universal no Brasil). Além disso, o duo prepara um filme que reúne trechos dos clipes deste novo álbum e que conta uma história futurista, meio sci-fi.
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Com um primeiro CD aclamado, em partes é culpa deles a volta da Dance Music à rádio. “Não digo House, mas essa estrutura mais pop, mesclando a House Music com vocal”, diz Guy – o irmão mais velho – em entrevista a RG. “As pessoas reconhecem nossa música porque ela é warm, synth e jazz pop, tem melodias interessantes e ritmos que não soam como o pop comum. Criamos nossa própria vibe, essa é a coisa boa. É algo que sempre quisemos ter. É como quando você ouve uma música de um cantor, e reconhece pela voz”.
Ele explica que processo de composição deste novo álbum foi muito similar ao do primeiro. E prefere não acreditar na superstição de que o segundo CD é pior ou mais difícil de conceber. “Você teve sua vida toda para compor o primeiro. Tivemos um ano para escrever e produzir este. Foi exatamente o mesmo processo. Tentamos esquecer a pressão e a base de fãs que criamos. É como se estivéssemos voltando para o começo e fazer música por diversão”.
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Para Guy, este álbum é melhor do que o primeiro porque as composições são mais contundentes. Mas, no início, não tinham ideia de como seria. Compuseram algumas faixas e houve aposta nas texturas sonoras. “Não há música instrumental. Todas as faixas são vocais, o que é ótimo porque adoramos trabalhar com a voz. Os artistas vêm ao estúdio, compomos em conjunto. Não queremos ‘big superstars’, mas gente bacana”, diz Guy, que divide o empresário com Sam Smith.
E garante que ele e o irmão se encantaram pela neozelandesa Lorde de cara, quando se apresentaram no Brit Awards. Os outros todos artistas, eles eram “meio que fãs” ou já gostavam: “entramos em contato com eles, ou eles com a gente e entramos em estúdio”.
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Com um programa na rádio Beats 1, na Apple Music, será que há um jeito certo de distribuir sua música? “Pergunta difícil. Estamos prestes a descobrir, para ser sincero. Há muitos meios. É difícil dizer qual se enquadra melhor com cada artista. Mas uma coisa que estamos inovando para este CD é preparar um curta para cada música que lançarmos como single. Cada parte servirá de enredo para um filme”. Até agora, os curtas foram protagonizados por Mariela, uma sensitiva que vive numa Cidade do México do futuro e tem o dom de ver pessoas mortas.
Como a faixa inicial se chama “Nocturnal” (parceria com The Weeknd), será que o duo inglês é notívado? “Sou uma pessoa da noite, enquanto Howard é mais do dia”, explica. E o CD “Caracal” (que pega emprestado o nome de um gato selvagem) tem a ver com o fato de se trabalhar com diferentes artistas. “Toda canção tem uma história diferente. E seria muito difícil nomear o álbum com apenas uma coisa. As músicas falam de coisas diferentes. Pegamos algo que tivesse uma boa visão e fosse interessante”, diz, comentando que é também o animal favorito do Howard. “Achamos bonito. E seria legal colocar a ‘máscara’ do Disclosure nele”.
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O fato de eles serem irmãos mais ajuda do que atrapalha. “Funciona pra gente. Mas não somos irmãos normais… Nós nunca brigamos. Se fôssemos irmãos convencionais, acho que seria uma péssima ideia. Somos melhores amigos, saimos bastantes, somos bem amigos”, reforça, apesar de gostarem de manter suas vidas privadas longe dos tabloides ou dos paparazzi. “Não somos do tipo: Instagram, Twitter ou coisas assim. Nós não queremos ser ‘famosos’, apenas queremos trabalhar com música”.
A melhor recordação do Brasil, para eles, foi tocar no festival Lollapalooza, no autódromo de Interlagos (em 2014). “Foi muito legal, divertido”, relembra Guy, fã de Ayrton Senna que, em suas palavras, foi o maior corredor de todos os tempos. “Saber que ele correu lá, foi mágico”, comemora, dizendo ainda que seu irmão é um grande fã de música brasileira. “Antonio (Tom) Jobim tem ótimas músicas”, elogia.
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Se você fosse um jornalista e pudesse perguntar uma coisa para o Disclosure, Guy brinca: “como vocês conseguem ser tão bonitos?”. Risos e pausa do outro lado da linha. RG pede então para que ele responda quais os truques de beleza do duo. “Essa foi boa”, completou, rindo. “Eu realmente não sei”, finaliza.
Animados em voltar para o Brasil, eles garantem que o País é destino certo da nova turnê, que estreia com show no Apple Music Festival. Com uma turnê promocional programada pela Europa, devem desembarcar no Brasil no primeiro semestre de 2016.