Começa nesta quinta-feira (20.08), na capital paulista, a SP-Arte/Foto, no shopping JK Iguatemi. Até domingo (23.08), 31 galerias expõem em dois andares cerca de 400 peças, que começam a ser vendidas em R$ 2,5 mil.
Organizadora da SP-Arte/Foto, Fernanda Feitosa, comentou que a força deste ano são obras a preços acessíveis, como os livros (diversos valores) e foto-cases da Schoeler Editions (estande 28), por R$ 700, até as mais caras, como um clique de Robert Mapplethorpe, que custa € 90 mil (cerca de R$ 350 mil), na Lume (24).
Entre outros artistas, Fernanda enumerou: Rochelle Costi, Caio Reisewitz, Hector Zamora, João Musa, Geraldo de Barros, Thomas Farkas, além de jovens, como Pedro Motta, Joao Castilho, Sofia Borges, Ivan Grilo, Jorge Soledad, Leticia Parente e Sara Não Tem Nome.
“Temos um Pierre Verger, da década de 30, que é uma raridade”, explica, emendando outros artistas, como Alair Gomes, Sebastião Salgado etc. RG deu um tour por lá e conta quais são as galerias must-see dessa edição. Scroll!
RODAS DE DISCUSSÃO
Além da mostra, acontecem algumas rodas de discussão. Uma delas será com Sarah Meister, curadora do MoMa, de Nova York. Ela falou que há muita coisa pulsando nas galerias, que não necessariamente viu em NY.
“É ótimo poder vir com a cabeça aberta para aprender novos nomes. Como curadora, estou sempre buscando formas de poder contar histórias, mas não que eu esteja procurando por alguma coisa específica. Mas é ótimo poder ver como artistas brasileiros estão usando suas paisagens urbanas e naturais e o que os motivam. E aí então ver quais se encaixam mais com as coleções do MoMa e se eles dialogam”, frisou.
LUME
A galeria destaca uma das peças mais desejadas e raras da feira. Robert Mapplethorpe, que tem uma série de nus (“Thomas and Priscilla) 1987, 80×45 cm). Custa cerca de R$ 350 mil. Outro artista famoso do espaço é Martin Parr (agencia Magnum), que mostra o cotidiano, como senhorinhas se arrumando no cabeleireiro (“Black Country Stories”, 2011, 50×75 cm) ou um aglomerado de pessoas tentando fazer foto de Monalisa, no Louvre (“Paris”, 100×150 cm). Suas obras vão de R$ 20 mil a R$50 mil. O artista vem para o Brasil em outubro para uma mostra individual.
SCHOELER
É uma editora de portfolio. Lá, o artista Cristiano Mascaro apresenta seu portfolio com uma unidade especial com uma caixa comemorativa, já que chegou à metade de sua tiragem, com as impressões de seu trabalho (R$ 35 mil), todas assinadas. Tem Bob Wolfenson, Peter scheier, Christian Maldonado, Marcelo Greco. O mais barato é um case, com cinco fotos, que custam a partir R$ 700.
EMMA THOMAS
Os destaques são Gui Mohallem, que faz fotos analógicas e trata quimicamente a revelação com uma paleta de cores bem específica, que remetem a fotos antigas. São dele os trabalhos mais baratos e mais caros do local: dos R$ 2,5 mil (quadros separados, pequenos), e R$ 15 mil (da série “Welcome Home”. Rodrigo Bueno, expõe duas esculturas da série “Ebós”. A natureza que invade o concreto está sempre em sua pauta. No mesmo espaço, a artista mais jovem da SP-Arte/Foto, de Belo Horizonte (que empresta o nome à série): Sara Não Tem Nome, de 21 anos. Sua obra custa R$ 4 mil.
BABEL
Estão expostas obras de Pablo Boneu, da série “Quimera”. O autor do livro “Instruções para Destruir Dinheiro” (tradução livre) monta obras a partir de pedaços de cédulas de moedas correntes. Com uma máquina desenvolvida por ele, chamada “money destroyer”, ele corta filetes de dinheiro do mundo todo para compor suas figuras. Todo seu trabalho começou quando pediu US$ 1 mil a um amigo e levou cerca de um ano até conseguir devolver o dinheiro.
ZIPPER
Marcelo Tinoco, com a sérioe “Dioramas Brasileiros”, expõe paisagens de Inhotim com Jardim Botanico, em que ele clica esses lugares e forma novos cenários, sobrepondo as fotos que se transformam quase que em uma pintura. Outros artistas do espaço são Delson Uchoa, Flavia Junqueira (que volta à galeria), João Castilho, Conrado Wessel etc.
LUCIANA BRITO
Expõe uma série de Marina Abramovic (cujo preço a galeria prefere não divulgar), tem também edições especiais de artistas renomados, como Hector Zamora, Rocheli Costi, Caio Reisewitz, que que nao segue uma linha, mas os deixa mais acessíveis: R$ 2,5 mil feito especialmente para a Mostra.
DA GÁVEA
Artistas do meio musical e da TV chamam a atenção pendurados na parede. Marina Lima, Sônia Braga, Novos Baianos, Baby do Brasil, Tony Ramos, Odete Lara e Fabio Junior são alguns dos artistas. A peça mais barata do espaço são os pequenos quadros de de Antonio Guerreiro, a R$ 2,8 mil, da série Polaroid. Outro destaque são cliques de Cristina de Midde, e também as mais caras e raras. Ela criou uma narrativa própria, misturando ficção e realidade, quando fotografou astronautas na Zambia (África). Os cliques são de 2010, inspirados em uma notícia dos anos 60, quando uma base espacial seria monstada naquele país e homens estariam sendo treinados para ir a Marte. Ela lida com contrastes: tecnologia com coisas pobres. A obra mais cara custa R$ 51 mil.
FITA TAPE
Logo que o espectador entra no espaço montado no JK, a galeria do sul, que está vindo pra SP, expõe peças do artista santista Fabiano Rodrigues à esquerda. Os ensaios são autorretratos em que faz um protesto contra “selfies”. Ele deixa a câmera em um lugar estático e a aciona com controle remoto. A pesquisa dele sempre foi a colagem, e hoje apresenta um trabalho autêntico: É um sefie anti-selfie porque ele não deixa aparecer sua persona. Em todos os retratos, os personagens sao decaptados. Cada quadro custa, em media, R$ 15 mil.
RENATO MAGALHÃES GOUVEIA
As paisagens urbanas de Claudio Edingerl (também curador de fotografia da galeria), se mesclam a outros trabalhos, como Guilherme Ghisoni e Gustavo Lacerda. Este último tem uma obra com impressão em aluminio. Betina Sá Maia, por exemplo, expõe fotos do Rio de Kameiro. A obra mais barata é custa R$ 6,5 mil e a mais cara é um clique de Claudio, por R$ 45 mil.