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“Sou da mistura pós-punk com Ben Jor”, diz Céu, que prepara CD para 2016

Por André Aloi, de Ilhabela*

Passaram-se 10 anos desde o primeiro sucesso de Céu. Com três discos autorais (“CéU”, de 2005, “Vagarosa”, 2009, e “Caravana Sereia Bloom”, de 2012), a cantora revela que prepara novo material para 2016. “Estou escrevendo, mas é um processo bem embrionário, que não posso nem denominar. Mas estou bem empolgada. Com certeza, lanço alguma coisa ano que vem”.

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Em seu player, tem tocado “bastante” sons dos idos de 70, da era pós-punk, o que pode dar o tom do próximo CD. “Estou numa fase interminável de The Cure, que não passa nunca, mas tenho curtido vários sons diferentes. Tem uma galera que chama Digital Dance, que acho f**a. Brasil é meu cerne, nunca deixo de ouvir. De álbum brasileiro novo, diria o da Tulipa Ruiz (“Dancê”, 2015), que acho lindo, adoro ela. Velho, ‘Força Bruta’ (1970), de Jorge Ben, da época que ele nem era Ben Jor”. Eu sou da mistura de pós punk com Jorge Ben”, brinca.

Depois de uma turnê internacional, com datas nos Estados Unidos, Europa, África do Sul, ela retorna ao País mais experiente. E busca também a expertise de artistas libertários, como Caetano Veloso e David Bowie, para entender seu público, sua música e como as pessoas a consomem. “Acho que arte é muito ligada à liberdade e tenho muito respeito por isso. Há muitos artistas que contaram essa história. Essa experiência é o que estudo, é minha cartilha”, aponta.

Sobre o “DVD Céu Ao Vivo”, lançado este ano, seu primeiro registro nos palcos, Céu diz que não se imaginava comemorando os 10 anos de carreira. “Para mim era só a possibilidade de lançar um DVD, que nunca tinha feito. Veio na melhor hora possível. Acho que tinha repertório suficiente. Já estava com certa maturidade e coroou um momento bem bonito”.

Apesar de se mostrar bem à vontade no palco, diz que sempre foi muito na dela. “Palco nunca foi um foco. Trabalhei isso e me sinto muito à vontade. Mas eu tive que trabalhar”, ri. A conquistar, explica, faltam muitas coisas, mas não é do tipo que se planeja tanto. “Ao mesmo tempo, me guio muito pela intuição. Deixo as coisas acontecerem”. Então, os próximos 10 anos são uma incógnita. De certo, a doçura e presença de palco da cantora, que exalam a cada beat de seu repertório.

VENTO FESTIVAL 
Em meio às férias escolares da pequena Rosa, sua filha, e da bagunça em casa, deu uma esticada até o litoral norte de São Paulo, neste sábado (18.07), para se apresentar no Vento Festival, evento gratuito, organizado pela prefeitura em parceria com uma produtora. “Fazia muitos anos que não vinha. Passei minha adolescência aqui, foi meu primeiro show, então foi superespecial”, resumiu. Seus avós tinham casa em São Sebastião, então sempre passava as férias de fim de ano por lá.

*O repórter viajou a convite da Recheio Digital, produtora responsável pelo festival.

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