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“Não é pra pista, mas pra ouvir com o corpo”, explica Tulipa Ruiz sobre novo CD

Por André Aloi, de Ilhabela*

Na estrada desde que o novo CD “Dancê” foi lançado, em maio, a cantora Tulipa Ruiz só quer fazer dançar, como sugere o nome do terceiro da carreira. Trilha sonora da novela “Verdades Secretas”, com “Prumo”, a paulista comenta que a primeira intuição que teve sobre esse disco é que ele seria dançante. “Não no sentido pista, mas que você ouvisse primeiro com o corpo pra depois pensar no que a letra tava falando”, expõe.

Sabe aquela sensação que você não sabe que música está tocando, mas seu pé já sacou, e reagiu a esses estímulo? Foi a ideia que Tulipa quis dar ao disco. “A dança foi uma resposta à minha última turnê, quando fui descobrindo que tenho bailarinos maravilhosos na plateia. A pessoa que fecha o olho e dança é a mais livre do mundo. Quando expliquei a ideia pra banda, a gente já tinha um beat para cada coisa e um personagem mais pulsante”.

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Com três shows lotados no Sesc Pinheiros, partiu em turnê para Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), e acaba de voltar de uma leg nordestina (Salvador, Recife, João Pessoa e Natal), sua primeira, e promete voltar para fazer outras capitais. “As pessoas já sabiam as letras de um disco que eu ainda tô descobrindo. Elas já haviam ouvido e estavam muito dentro do repertório novo. Fenômeno maravilhoso que a internet proporciona pra gente e ajuda muito na hora do show”, resume.

Tulipa gosta “muito” de estar em turnê porque é um organismo vivo, é apaixonada pela estrada. “Tudo pode acontecer numa turnê”, explica ela. “Nos meus outros dois discos, aprendi e acrescentei coisas até o último dia de show. O setlist nunca foi fixo. Eu sempre falo que é uma troca: o que acontece no palco é uma consequência”.

A cantora afirma que vive sua turnê até o último segundo. O que acontece de criativo para entrar num disco seguinte, ela arquiva. “Se eu tenho alguma heureca, gravo e não presto atenção. Quando começar a época de preparar coisas para um futuro disco, começo a curadoria”. E ela tem gostado, cada vez mais, de estar em estúdio: “Esse foi um disco que eu curti gravar. Em ‘Efêmera’ (seu primeiro, de 2010), fiquei muito assustada com o processo, a respiração, que pode virar um ruído, a ultramicrofonação de tudo”.

Tulipa consome música em streaming, mas com um fone bom para diferenciar cada timbre ou arranjo, e em casa põe um disco. Sua última aquisição foi o do Metá Metá. De tempos em tempos, revisita seu repertório. “Gosto de fazer grandes pausas para dar uma miniesquecida, aí quando vou ouvir, eu curto. Mas não me escuto com frequência. O único CD (do meu repertório) que está sincronizado offline é o Dancê”, arremata.

VENTO FESTIVAL
Tulipa foi a principal atração deste primeiro dia do Vento Festival, nesta quinta (16.07), que acontece gratuitamente no centro de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. Também fizeram shows Charlie e os Marretas, Caroço de Azeitona e DJ Dago, com apresentação de Mc Mac B.O.

(*O repórter viajou a convite da Recheio Digital, produtora do evento).

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