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“Tentamos fazer do nosso show um Carnaval”, afirma Clean Bandit, atração do Glastonbury

Por André Aloi

Clean Bandit é uma das atrações no festival Glastonbury, o maior de música da Europa, neste sábado (27.06). “Tentamos fazer do nosso show uma festa, um Carnaval”, diz o violinista Milan Neil Amin-Smith, afirmando que a inspiração dessa energia vem de outras bandas conterrâneas, como Rudimental e Basement Jaxx.

Esse gostinho, o Brasil deverá sentir nesse segundo semestre, talvez lá pra outubro, segundo ele. “Soube que é um lugar maluco para se apresentar, a plateia é maravilhosa. Estamos ansiosos para fazer ir à América do Sul”, diz, brincando que nem imaginava que em algum momento da carreira teria fãs por aqui. “Só podemos agradecer. Temos músicas novas, que amamos, e esperamos que as pessoas gostem tanto quanto ‘Rather Be’”.

Quando conversou com RG, por telefone, Milan Neil estava de molho em Berlim (Alemanha) por causa de um probleminha no braço. Enquanto isso, o restante do grupo brilhava com agenda lotada nos EUA. “Poder tocar mundo afora é uma coisa maravilhosa. Saber que as pessoas conhecem sua música é gratificante”, diz ele, lembrando a performance memorável no festival Coachella.

O grupo eletrônico, cujo nome vem de uma expressão russa que significa “totalmente bastardos”, transforma a música clássica em pop. “O nome também pode significar afeição, como uma família”, lembra o músico. E é isso que eles são desde 2009, quando a banda surgiu. “Grace (Chatto, uma das vocalistas) e eu tocávamos muita música clássica na faculdade. E o Jack (Patterson) foi quem introduziu isso à música eletrônica. Começamos a tocar juntos, nunca pensamos: nossa, vai ser o combo perfeito”.

Mas o turning point aconteceu em 2013, com o lançamento de “Mozart’s House”. “Foi a primeira vez que mais pessoas e a mídia, além da nossa família, estavam consumindo a nossa música. O vídeo estava conquistando milhares de views. Foi animador”. O mais difícil da fama já passou, informa Milan. “Nos esforçamos muito, e não tínhamos grana. Fazíamos show, havia muita dedicação para continuar tocando, e ir pra outro festival, sabendo que o cachê não ia ser nada demais”, relembra, explicando que a diferença hoje é que eles tocam pra um público que conhece suas músicas.

MAIOR HIT
Seus ouvidos não devem ter saído ilesos ao maior hit do Clean Bandit em 2014. “Rather Be” chegou à quarta colocação nas 100 mais das paradas brasileiras, fechou o ano entre as 50 mais tocadas e lhes rendeu um Grammy de Melhor Gravação de Dance. “Foi indescritível. Estávamos tão cansados no dia da premiação, em Los Angeles, ainda sofrendo com jet lag. Mas ainda assim saímos pra comemorar, e tínhamos que acordar cedo no dia seguinte pra voar pra casa. Foi delirante”, riu.

Milan Neil diz que jamais imaginou tudo o que está acontecendo com eles agora. “Quando ‘Rather Be’ saiu, foi letal. Não conseguíamos medir a audiência que conquistamos”, explica. Ele diz também que nunca houve um momento exato em que se soube que a música era um grande estouro. “A cada dia, a gente recebia uma informação. Não era um hit na América, por lá só pegou depois de 10 meses que já havia rolado no Reino Unido. E na Europa toda foi, mais ou menos, três meses depois. Foi acumulativo”.

PRÓXIMO CD
Segundo o músico, há poucas coisas acertadas para o próximo CD, sucessor de “New Eyes”, lançado no ano passado.De certo, que entra a parceria com Marina and The Diamonds, chamada “Disconnect”. “Provavelmente devemos demorar ainda nove meses para que ele esteja pronto”, afirma, comparando o tempo relativamente curto perto dos quatro anos que demoraram para o CD de estreia sair.

Ele espera que o som deste próximo seja o mais coeso e com muitas participações especiais. Se pudesse escolher, já estariam escalados Tove Lo, Frank Ocean e Years & Years. “É importante lembrar que fazemos música para nós mesmos, tendo em mente um certo nivel do sucesso comercial”. Apesar de estarem gravando minidocumentários da turnê mundial, não têm planejado lançar um DVD com esse material. “Seria interessante”, arremata Milan.

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