Por André Aloi
Começa nessa sexta-feira (26.06) o maior festival de música da Europa, o Glastonbury, e uma das principais atrações do dia a belga Selah Sue. Entre um show e outro, RG conversou com ela por telefone. Apesar de cansada, confessou viver uma combinação perfeita para se manter ocupada: “o CD acabou de sair, estou pronta (para fazer shows), então está tudo bem”.
Por causa da imensa turnê anterior, quase três anos separaram o álbum de estreia da artista até “Reason”, lançado recentemente. Mesmo tendo demorado esse tempo todo para conceber o segundo CD, ela não se diz totalmente satisfeita com o resultado. “Estou 70% feliz, o que ainda é muito porque sou muito dura comigo mesmo. Sinto que quero melhorar mais e mais”, afirma, dizendo que não se arrepende do processo e que os produtores fizeram bom trabalho.
No tempo que esteve compondo, ficou longe de tudo, por isso não sentiu stress . Caso sentisse a tal pressão do segundo CD, ficaria com bloqueio criativo. “Sabia que tinha muito a escrever. Assim como o primeiro, foi concebido do coração, honesto, muito puro. Não tive preocupação se as pessoas iriam gostar dele”.
Talvez por isso, Selah afirma não ser workaholic. Pelo contrário, quando está na estrada é das mais preguiçosas e nada de pensar em mais trabalho. “Eu faço muito shows, então tenho de poupar minha voz, senão ela vai embora. O que faço também é tentar manter o peso, e ficar mentalmente e fisicamente saudável”.
Para compor, a artista afirma que sempre tenta sentir algo intenso. “É a melhor coisa”, revela. “Se eu componho quando estou mais triste? Definitivamente. Eu não quero me sentir triste a vida inteira, mas me sinto capaz de escrever coisas quando estou alegre, e agradeço porque senão seria um problemão. Eu preciso sentir as coisas”.
Com inspirações de jazz, hip hop, soul, ela diz que é fácil definir sua musicalidade. “Eu quero fazer um pouco de tudo (no meu som). Eu tenho um sentimento forte que não me permite fazer um disco apenas com músicas Old School e Soul, que amo. Uma só está bom porque senão enjoo fácil”, informa, dizendo que sua música é bem eclética. “Possivelmente, todo disco meu será assim”.
PASSAGEM PELO BRASIL
Em 2013, Selah se apresentou no Brasil, no Rock in Rio. Dividiu palco com Maria Rita. “Foi uma das melhores experiências que tive em turnê porque era no Brasil e foi uma noite maravilhosa. O país é demais. O festival é superorganizado. Geralmente, você tem muitos erros e atrasos em eventos deste tipo, mas no Rock in Rio foi tudo perfeito, tudo muito limpo. Eu amei e espero poder voltar em breve”, diz ela, que ainda não tem nada planejado. Segue o fluxo!
NADA FASHION
Apesar do rosto bonito e fácil vocação para as passarelas, Selah nunca nem pisou em um desfile de moda. “Eu faço muitos ensaios fotográficos, mas eu realmente os odeio. Faço porque tem que fazer. É muito chato”. A belga também não diz ser influenciada em nada pelo mundo da moda: “Acho muito superficial, não me encaixo nesse mundo. Não tem nada a ver comigo. Eu só quero fazer música, tocar as almas, disparar mensagens profundas ao invés de usar roupas caras”. Recado dado.