Por Carol de Barba
É um pouco complicado entregar assim, de forma tão direta, o que é o projeto Singapura. Afinal, ele tem a cara dos millenials pelos quais foi idealizado. É marca de roupas, é duo de DJs, é banda. Criativo, multidisciplinar, hiperconectado, livre e jovem, muito jovem.
“Singapura tem como símbolo e representantes Lucas e Giovanna. Como personas, como banda, como criadores”, sintetiza o ator e estudante de Letras Lucas Verissimo Brilhante, 23 anos, que encabeça o projeto ao lado da DJ e publicitária Giovanna Rouvier, 24 anos. Preciosismos à parte, o fato é que, tanto na moda quanto na música, a dupla injeta vanguarda na cena cultural paulistana.
O Singapura existe há pouco tempo (oficialmente, nem dois anos), mas o acúmulo de referências vem de longa data. Amigos de infância e coolhunters natos, Giovanna e Lucas sentiam-se sufocados no pequeno município de São Sebastião, região litorânea de São Paulo. “Nós tínhamos as referências, mas nunca encontrávamos produtos para expressá-las”, conta Lucas, falando principalmente de moda.
A mudança para São Paulo, no fim da adolescência, facilitou a vida, mas não sossegou o faixo. “Apesar de ter mais opções, eu queria uma parada que fosse só minha”, lembra. Foi dessa inquietação que nasceu o projeto Singapura. A inspiração para o nome e o conceito vem da canção Singapore, de Tom Waits. “Velejamos esta noite para Cingapura, somos todos tão loucos quanto chapeleiros aqui”, dizem os versos que propõe um mergulho psicodélico no underground, digamos assim. Outros elementos importantes são a cultura da rua e o universo adolescente, representados por gente como Sean Pablo Muphy (jovem talento do skate) e filmes independentes como Gummo, de Harmony Korine. “A gente está interessado nos novinhos”, arremata Lucas.
No início, o Singapura tinha uma pequena linha de roupas handmade e mídias digitais (site, blog, tumblr, Instagram, fan page) muito bem alimentadas com as ótimas referências dos artistas. Foram elas as responsáveis pelo boom da dupla: por causa do blog, Lucas e Giovanna foram convidados pelo grupo Chez para criar uma festa do jeito Singapura de ser (a Amateur, todo sábado, no Bar de Cima do Chez Oscar).
Em vez de serem apenas promoters, os dois assumiram de verdade as picapes. Com um DJset “do eletrônico à trasheira pura”, o duo deu tão certo que foi convidado para o 1º Festival de Bandas do Bar Secreto. E decidiu adicionar um fator surpresa, transformando-se em LIVEset: o guitarrista Luka Brandi, 21 anos, outro prodígio de São Sebastião. “Ele é um gênio da guitarra. Sério. Daqueles nerdões, que fica trancado no quarto estudando e tocando”, elogia Lucas.
O show, por enquanto, funciona como uma grande jam session entre batidas eletrônicas, vocais de Giovanna e uma boa dose de guitarra blues. “A galera pirou”, lembra Lucas, sobre a estreia. Resultado: como banda, o Singapura já tem até músicas próprias – 3 prontas e 5 em finalização.
Para julho, pode marcar na agenda, tem novidade musical e fashion do Singapura. No dia 17, eles se apresentam no Vento, Festival de Música de Ilha Bela. Mais para o final do mês, sai uma coleção maior e mais profissionalizada, digamos assim. “Rolou uma profissionalização na confecção para aumentar a qualidade do acabamento nas peças”, justifica. RG vai ficar de olho!