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Portuguesa Mimicat se apresenta pela 1ª vez no Brasil e desabafa: “seguir solo foi uma libertação”

Por André Aloi

Mimicat, alter-ego da cantora portuguesa Marisa Mena, estreia nos palcos tupiniquins. Influenciada pelo jazz, blues, soul e R&B, faz show na Virada Cultural no sábado (21.06), depois de passar pelo Bourbon Street, na quinta (18.06), e no Café dos Prazeres sexta na (19.06). Ela conta que preparou uma surpresa: fará cover de “Chega de Saudades”, de João Gilberto.

“Estou animada para saber qual vai ser a recepção do público brasileiro à minha música e à minha pessoa. Estou entusiasmada pra tudo, pra conhecer São Paulo… Trabalhar é sempre um prazer, ainda vou aproveitar para passear um pouquinho”, explicou. Os shows devem ter participação de Marcos Passos e Jota R.

Mimicat vive um sentimento libertário em sua carreira. Separou de sua antiga banda, Casino Royale, e desde o fim do ano passado trabalha na divulgação de seu CD debut como cantora, “For You”. “Seguir solo foi uma libertação. Na banda, não compunha as melodias, só as letras. Havia uma democracia, tudo era em comum acordo, mas nem concordava. Quando as coisas tomaram um rumo que eu não gostei, foi inevitável”.

Com muitas músicas que havia criado sem poder gravá-las com seu antigo grupo, percebeu que precisava fazer algo com elas. “Não consegui me manter em um projeto em que só compunha as letras. Aconteceu porque tinha que acontecer, veio de forma natural. Quando tens um projeto, e quer mostrá-lo ao mundo, você quer que saia do seu jeito, como foi pensado”, diz ela, que nessa nova etapa vem fazendo o próprio gerenciamento da carreira.

Mimicat é apreciadora da música brasileira. Fã de Elis Regina e Maria Rita, também ouviu bastante Tom Jobim, João Gilberto, Chico Buarque etc. “Apesar de não ouvir com tanta frequência, houve uma altura da vida que ouvia mais, mas Maria Rita e Elis marcaram uma época, quando ouvia mais jazz”, relembrou.

Ouvindo bastante Lianna La Havas e Melody Gardot, contou que já está preparando o próximo single do próximo disco. “Fico tentada a ouvir mais vozes femininas, além de Jamie Cullum, John Legend e mais”, emendou, dizendo que as referências continuam sendo as décadas de 40, 50 e 60 fusão com gospel e sons mais modernos.

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Quem for às apresentações, vai ouvi-la cantar uma música de cada um dos convidados, além do cover que RG revelou no início do texto. “Vai ser uma música de uma forma especial”, disparou. “Vou com o setlist meio pronto, mas à medida que o concerto vai evoluindo, pode sofrer mudanças”, explicou, garantindo que não podem faltar “Somebody Else”, “Tell Me Why” e “Savior”.

“Acho que os brasileiros são um pouco parecidos com os portugueses, fazem questão de demonstrar afeto. Somos espalhafatosos, espero que no Brasil sejam iguais ou mais”, concluiu.

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