Por André Aloi e Paula Jacob, de Harper’s Bazaar
Abre as portas, nesta quinta-feira (09.04), a SP-Arte 2015, uma das mais importantes feiras de arte da América Latina e que expõe três mil obras de diferentes artistas, levadas por galerias de diversas partes do globo.
RG esteve por lá um dia antes, na abertura para convidados, e mostra um pouco do espaço montado no Pavilhão da Bienal, no parque do Ibirapuera, em São Paulo, que recebe 140 expositores, sendo 83 nacionais e 57 estrangeiras.
Entre um dos lugares must-see da feira está a galeria nova-iorquina Van de Weghe, que exibe obras de Andy Warhol, Lucio Fontana e Damien Hirst. É lá, inclusive, que está uma das peças mais caras à venda do evento: um quadro de Pablo Picasso, avaliado em US$ 5 milhões.
Além das que indicamos abaixo, em ordem aleatória, tire um tempo para conhecer as internacionais: Alexander Gray (F12), David Zwiner (G7, OP), Continua (G11) e Gagosian (H1).
Entre as nacionais, não deixe de passar no espaço de Luciana Brito (G6, OP), que expõe obras de Marina Abramovic, como a série “Places of Power”, além da Almeida e Dale (C7), Amparo 60 (G13) e Dan (D1). Nesta última, há trabalhos de Ferreira Goulart e Volpi.
EM NÚMEROS
De acordo com o jornal “Folha de S. Paulo”, a SP-Arte deve movimentar cerca de R$ 250 milhões em negócios só com a venda de estandes já faturou R$ 29 milhões. A feira, inclusive, tem o aval do Ministério da Cultura para captar R$ 5,7 milhões em patrocínio, sob a Lei Rouanet, dos quais R$ 1,5 milhão já foram recolhidos, mas os organizadores podem continuar captando mesmo após o término do evento, no próximo domingo (12.04).
CONFIRA NOSSA PARADA-OBRIGATÓRIA!
- VAN DE WEGHE (E5, térreo)
Mantém em seu acervo, em uma pequena sala escondida do público, a obra mais cara do evento: um óleo sobre tela de Pablo Picasso, chamado “Nu Couché à La Libellule”, de 1968, com tamanho de 97 x 162 cm. Está avaliada em US$ 5 milhões. O espaço de Christophe van de Weghe também trouxe ao País obras de famosos, como Andy Warhol, Damien Hirst, Lucio Fontana e Pablo Picasso.
- FORTES VILAÇA (H7, segundo piso)
Entre pinturas, fotografias, instalações e esculturas de nomes como Jac Lerner, Ernesto Neto, Érica Verzutti, Efrain Almeida e Valeska Soares, uma obra salta aos olhos. É a uma instalação com aproximadamente 89 mil gizes de cera. A obra “Monitor Crayon”, de José Damasceno, 2012-2014, tem 240 x 350 cm é composta, ao olhar de longe, por pontos multi-coloridos. Ao chegar perto você se depara com os gizes saindo da parede, num efeito 3D. Todo mundo para pra tirar foto!
- GOODMAN (J6)
Pela primeira vez na feira, a galeria sul-africana Goodman expõe trabalhos de artistas que tenham algum vínculo com a África do Sul, como: Kendall Geers, Alfredo Jaar, Lixa Lou e Hank Willis Thomas. Este último, inclusive, tem um trabalho focado no perfil racial em propagandas de revistas de décadas passadas. Eles também trazem o trabalho do conhecido pelos brasileiros William Kentridge, que em 2013 expôs na Pinacoteca. Nos últimos anos, a galeria tem levado seu trabalho para outras partes do mundo e quer se firmar em mercados como o do Brasil.
- ZIPPER GALERIA (J2)
A “Princesa 2” de Adriana Duque é um charme a parte no espaço da galeria. A postura monárquica, encarnada por crianças em todas as fotografias de Adriana, nos faz questionar o limite entre o onírico e o real. Os vestidos encantadores, usados em todas as imagens, são feitos sob medida, acompanhados do jogo de luz minucioso, que enaltece a figura central e nos hipnotiza.
- LISSON GALLERY (H6, 2º piso)
No espaço da galeria de Londres, com filiais em Milão e Nova York, trouxe ao Brasil obras de Ryan Gander, Tatsuo Miyajima, Marina Abramovic e Anish Kapoor. Este último tem à mostra uma peça em aço inoxidável, feito com pequenos espelhos em formato de triângulo, com altura e largura de 180cm. É um chamariz que atrai os olhares curiosos!
- PEQUENA GALERIA 18 (A8, térreo)
Com fotos do sambista Cartola, clicada por Walter Firmo, Tom Jobim, feita por Otto Stupakoff, Audrey Hepburn por Norma Parkinson, a galeria é um pulo certeiro para quem é apaixonado pela Cultura Pop. Ali, estão expostas 25 obras, mas o acervo é composto por centenas de fotografias, cujo foto é a moda vista como comportamento.
- GALERIA INOX (SC11)
Um dos grandes destaques são as obras do artista cubano Jorge Mayet. As mini árvores, sendo a maioria delas Flamboyant, são feitas de fios de cobre revestidos com fina camada de papel machê. Na grama, a pelúcia é coberta com fibra de poliuretano e esponja sintética ralada, que lembram as folhagens caídas na mudança da estação. Na base, penas e até miçangas enfeitam a raízes descobertas. Vivendo na Espanha por mais de 20 anos, Jorge traduz a “cubania” – sinônimo para saudade, no vocabulário cubano – no jogo de enraizamento e a falta dele, com a imagem da quase ruptura, sem que haja de fato. Uma delicadeza aos olhos de quem vê, mas uma densidade emocional aos que reparam.
- PARMIGIANI (Saguão, no piso térreo)
A parede final do artista Matias Picon, da Choque Cultural, no espaço da Parmigiani Fleurier traduz o incentivo da marca no âmbito artístico e fica exposta, junto com alguns modelos dos relógios icônicos. Entre os must-have, os modelos especiais Pershing Tourbillon “Samba”, que possui detalhes no quadro em madeira, e o Ovale na edição feita com o artista André, vieram da Suíça exclusivamente para a ocasião. As peças, itens de colecionador, não estão à venda no Brasil e devem retornar com Jean-Marc Jacot, CEO da marca, ao país de origem.
KURIMANZUTO (G9, OP)
No espaço da Kurimanzutto, a obra divertida da sul coreana Haegue Yang, feita com sinos que tocam ao girar cada forma (acima); “The Effect of Gamma Rays on Certain European Plants – Volume IV”, esculturas de bronze e madeira pintada de Jimmie Durham (à esquerda); e o quadro do duo das artes visuais Allora & Calzadilla (à direita), um dos destaques da galeria mexicana.