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Fã de Sepultura, Dallas Green está “ansioso” ao trazer City and Colour pela 1ª vez ao Brasil

Por André Aloi

Dallas Green, aka City and Colour, desembarca no Brasil para uma temporada de shows. Serão três só em São Paulo, no Cine Joia, a partir desta quarta (11.03), com ingressos esgotados para duas apresentações.

O músico canadense conversou com RG e se disse muito ansioso para se apresentar pela primeira vez com seu projeto solo. “Tenho recebido e-mails de pessoas na América do Sul há anos me pedindo para ir como City and Colour, mas nunca deu certo”, lamentou.

Da última vez que ele esteve no Brasil foi com sua antiga banda, o Alexisonfire – que inclusive está de volta para uma turnê comemorativa em festivais, mas sem previsão de passar pelo Brasil por enquanto. Ele disse conhecer alguns sons daqui. “Sepultura é uma das minhas bandas favoritas. Amo o som deles”, elogiou.

No sábado (14.03), ele também faz show no Sacadura Cabral, no Rio de Janeiro. Dallas está de volta ao País acompanhado de sua banda: Jack Lawrence (baixo), Dante Schwebel (guitarra), Doug MacGregor (bateria) e Matt Kelly (guitarra). Confira a íntegra da entrevista:

RG – Você está animado para os shows do Brasil?
Dallas Green – Tive a oportunidade de ir para o Brasil, há alguns anos, com a minha outra banda, os Alexisonfire na nossa última turnê. Foi provavelmente o mais divertido e suado show que já tocamos em nossos 10 anos como banda. Eu adorei. Tenho recebido e-mails de pessoas na América do Sul há anos me pedindo para ir como City and Colour, mas nunca deu certo. Estou muito animado para que isso aconteça. Estou ansioso por isso.

RG – E o que os fãs podem esperar deste novo show?
DG – Eles podem esperar um show de rock and roll! Espero não decepcionar.

RG – Conhece algum artista brasileiro?
DG – Eu realmente conheço, inclusive Sepultura é uma das minhas bandas favoritas. Amo o som deles. Da última vez que estive no Brasil, fiquei só 24 horas no País e não tive a chance de vê-los nem de fazer muita coisa. Estou muito ansioso para ficar no Brasil por mais tempo nesta viagem.

RG – Bandas, geralmente, gostam de tocar no Brasil porque os fãs são insanos: cantam junto, gritam. O que você acha sobre os fãs brasileiros?
DG – Meus fãs brasileiros são muito apaixonados. Qualquer coisa que posto, seja uma notícia nova ou turnê por outro país, ou até mesmo uma foto de meus violões, pode contar que vai ter alguém comentando: “Venha para o Brasil!!”.

RG – Como você define as canções de seu último álbum?
DG – As músicas de “The Hurry and The Harm ” (lançado no Brasil, em 2014, pela Deck Disc) são como as canções de meus discos anteriores. Eu escrevo sobre o que estou passando no momento. A canção “Two Coins” é a minha favorita porque, provavelmente, me representa nesse exato momento. No entanto, a faixa-título aponto minhas observações sobre o mundo.

Tenho notado, cada vez mais, que as pessoas estão mais preocupadas com o filtro que vão usar em fotos ou vídeos do que aproveitar o momento. Me sinto culpado por isso também. É disso que se trata essa música: de levar as coisas mais mansas, seja do jeito que for. Porque todo mundo está sempre com pressa.

RG – Você está preparando um novo álbum?
DG – Eu estou sempre escrevendo e tocando violão. Se estou em casa, pode apostar que estou com um violão perto de mim.

RG – O que te motiva na hora de escrever?
DG – Como disse, sempre tenho um violão por perto, mas cada música é diferente. Não há uma fórmula . Algumas músicas começam por um riff, deixo ela de lado por anos, depois me lembro dela e encaixo as partes que estavam faltando. Outras começam com as letras e eu construo a melodia em torno dela.

RG – Perguntamos para alguns fãs o que eles gostariam de ouvir neste novo show, e eles escolheram algumas canções: “Ordinary Love”, “Dellaware”, “Carry You Home”, “Day Old Hate”, “Northern Wind” e “Sleeping Sickness”. Essas músicas podem estar fora do setlist?
DG – Algumas dessas canções, com certeza! Mas eu nunca escrevo meu setlist até a hora do show… ainda não sei o que vou tocar.

RG – Qual é a melhor memória de estar no Brasil?
DG – Lembro-me de um episódio em que nossa van foi perseguida. Eu me senti como se estivéssemos em um filme do que turistando (risos).

RG – No ano passado, você gravou com a Pink em um novo projeto chamado You+Me. Você acha que sairão em turnê juntos? E quais as chances do duo passar pelo Brasil?
DG – Entramos em estúdio num momento em que estávamos fora de nossos “trabalhos do dia a dia”, como City and Colour e P!nk. Nossas vidas são muito planejadas, então fizemos isso para ser divertido, sem planos. Essa é a essência do You+Me: o registro de uma gravação entre dois amigos, que se juntaram de repente para escrever e gravar algumas músicas e realmente gostaram. Se encontrarmos um espaço na agenda, vai ser legal, mas não tem nada planejado para um futuro próximo. Se isso acontecer, o Brasil será uma das melhores experiências de concerto que poderemos ter.

RG – Como você costuma consumir música e o que está rolando no seu player?
DG – Eu escuto todo o tipo de música. Ultimamente, tenho ouvido bastante o novo trabalho do D’Angelo (chamado Black Messiah) e eu tenho escutado Ibeyi (duo franco-cubano das gêmeas Lisa-Kaindé e Naomi Díaz) sem parar.

RG – A internet foi generosa com bandas que estavam começando a banda nos últimos anos. Você concorda que os serviços de streaming como o Spotify, Rdio e Deezer, podem audar a impulsionar as novas bandas, ou você acha que que você precisa de uma gravadora para conquistar o sucesso?
DG – O que funciona melhor para algumas bandas não funciona para outras. Cada artista é diferente, mas os serviços de streaming definitivamente ajudam a apresentar novas músicas para os fãs. Mas tudo gira em torno das músicas: se não são boas, não importa como você as lance.

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