Por André Aloi
A banda que é considerada o pai do grunge e serviu de inspiração para inúmeras bandas, The Sonics se apresenta pela primeira vez no Brasil nesta quinta-feira (05.03), em São Paulo. O grupo está praticamente desde 1967 sem lançar nada novo e o próximo álbum “This Is The Sonics” chega às lojas no fim do mês pelo selo Revox, deles próprios.
RG esteve, nesta quarta (04.03), com o baterista Dusty Watson (ex-Kingsmen e Dick Dale), que adiantou que o setlist vai usar parte do que vinham apresentando na turnê americana, no ano passado. “Nesse show, queremos tocar muito das músicas antigas, claro que os hits, que são seis ou sete músicas dos anos 60 que todo mundo conhece. E ainda algumas faixas do novo CD, então é muito entusiasmante para a gente”.
O grupo veio ao País a convite da marca de roupas Levi’s, que queria fazer um grande acontecimento para celebrar o lançamento do modelo customizado da calça clássica 501.“Ter a oportunidade de vir para cá (São Paulo), é maravilhoso. E ter alguém por trás, como a Levi’s, é o casamento perfeito. Então estamos muito ansiosos. Nunca estivemos aqui antes. Todo mundo tem tratado a gente muito bem”.
Na noite em que chegaram ao Brasil (terça, 03.03), parte da banda foi jantar no restaurante Ramona, na região central da capital paulista, e ainda passou pelo bar Mandíbula, na Galeria Metrópole, para beber uns drinks. “Todo mundo foi à loucura, pediam para tirar fotos, agradeciam por termos vindo. Todo mundo foi muito cortês”.
Eles estão apaixonados pelo churrasco brasileiro tanto que, depois da conversa, a trupe saiu novamente para jantar. E queriam o quê? Churrasco, claro.
NOVO CD
Sem o rock da década que catapultou The Sonics ao estrelato, o indie, o grunge e outros ritmos, como o punk, talvez não tivessem surgido. Mas é interessante saber que Black Keys e Jackie White hoje servem de inspiração para os sexagenários. “Tudo o que eles (Black Keys) fazem é inacreditável e muitas outras bandas que vêm surgindo. O próprio Jackie White, sua pegada é fantástica. Estou sempre sendo inspirado, não necessariamente pelas letras, afinal sou baterista, mas eu gosto do som, de produção”, expõe.
O CD que será lançado no dia 31 de março começou a ser pensado e tocado na sala da casa de Larry (Parypa, guitarra e voz), em Seatle, e demorou cinco dias para ser gravado em estúdio. A banda se juntou aos produtores Jack Endino (Nirvana, Mudhoney e todos os grupos do nordeste americano) e Jim Diamond (White Stripes, The Dirtbombs etc.), que resolveram gravar tudo como se fosse ao vivo, em mono. Bem oldschool!
O primeiro single “Bad Betty” fala de uma garota na garupa de uma motocicleta que circula pela cidade causando problema. “Gostamos disso”, argumenta. Entre outras faixas, o CD tem “Be a Woman”: “ainda estamos maravilhados pelas mulheres. Não somos tão velhos assim”. No processo de gravação, usaram microfones antigos, deixaram as portas abertas, e a maioria das músicas foi feita em apenas um take.
“Algumas faixas não sabíamos como iríamos gravar até entrar em estúdio. Uma delas, inclusive, fizemos toda no estúdio. Freddie Dennis (baixo) foi para casa, e no dia seguinte estava com a letra e cantou. Gerry Roslie (piano, vocal principal) também fez isso, ainda estava compondo as músicas. Tudo foi muito espontâneo. A tecnologia teria feito diferença, mas optamos por deixar a coisa mais oldschool. Nosso produtor dizia: ‘toquem como se vocês tivessem 15 anos. Não compliquem as coisas’. É o velho e simples rock ‘n’ roll”.