Por André Aloi
Mauricio Meirelles é um dos integrantes da banda Renatinho, que tem Tatá Werneck nos vocais. “Muita gente fala que a gente vai ser Mamonas Assassinas. Não queremos ser os Mamonas, que é uma banda muito legal”, diz o repórter do “CQC”, da Band. “Bebemos algo deles, mas não tem nada a ver a comparação porque eles eram uma banda de sátira. Queremos ser conhecidos como uma banda de rock”.
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Em entrevista ao site RG, Meirelles disse que a diferença é perceptível. “Todas as nossas letras seguem uma ideia. A música dos Mamonas tinha várias piadas dentro de uma canção e cada faixa nossa é uma piada muito grande”, explica. “Se é ruim ou bom, não sabemos, mas é a coisa mais diferente que surgiu nos últimos tempos”.
O CD, produzido por Cassio Calazans (Carlinhos Brown, Ivete Sangalo etc.) é que eles chamam de “greatest hits”. São 15 faixas autorais que pode se chamar “Flávio” (porque precisava ter um nome). “A gente não tem música cover, mas queremos fazer versões de bandas que a gente não considera rock, como Detonautas, Capital Inicial, entre outros”, ri. Além dele (guitarra) e de Tatá (vocais), a banda conta ainda com Nil Agra (bateria), Marco Gonçalves e Murilo Couto (ambos baixo).
Meirelles diz que o grupo compõe letras como se bebesse água. “Começamos a fazer uma porrada de letra. Mas a banda é séria, a gente toca rock mesmo, só que as letras são comédia”, afirma, lembrando de um show que fizeram na Kitch Club, em São Paulo. “No nosso primeiro, tocamos cinco músicas só para brincar e a galera pirou”, relembra, afirmando que pararam por um ano porque Tatá foi morar no Rio de Janeiro, e retomaram a banda em julho do ano passado. “Eu escrevi muita coisa, o Murilo também. Ligamos para a Tatá, ela veio e compôs varias músicas com a gente”.
Depois de terminar a produção do álbum, a banda quer seguir turnê. “A gente quer fazer, pelo menos um grande show por mês. A Tatá já está ciente e também quer”. Da nova safra de humoristas, ela foi a única que explodiu sem ter um produto próprio para mostrar. “Acho que essa vai ser a peça da Tatá. Aos finais de semana, vai viajar com a gente”, explica Meirelles, que pretende abdicar de projetos de comédia solo para fazer show. “Não que a gente vá viver disso, mas queremos ter chance de ver o público cantar com a gente”.
Por falar em letras chiclete, Meirelles crê que música é algo que viraliza fácil na internet. “Música fica na cabeça, gruda, você quer ver de novo. A gente vai trabalhar com um planjeamento para dar certo. Vamos lançar o CD, as pessoas vão ouvir, degustar, criticar, entender ou não entender”, diz sem se importar com o feedback do público. “
A Renatinho se intitula a melhor banda que existe no mundo. “Eu me considero o melhor guitarrista do Brasil, a Tatá é a melhor vocalista, e o Murilo melhor baixista… Somos os melhores do mundo, então eu acho um absurdo os Beatles estarem naquela camiseta e a gente não, porque a gente é melhor que eles”, ironiza, falando de uma camiseta que caiu nas redes sociais com os membros usando a peça com a cara deles estampada, igual a uma peça icônica dos caras de Liverpool.
O primeiro single dessa nota fase se chama “Juninho”, cujo clipe sai em maio. A música trata da história de uma galinha pintadinha rock ‘n’ roll, que destrói o sonho de uma criança. A banda também está gravando todos os bastidores do período que estão em estúdio, e deve ser lançado em documentário. O CD, ainda sem data de lançamento, deve ganhar uma versão em vinil. “A gente é uma banda rock antiga, de cabeça velha. A gente quer lançar disco, fazer barulho”.
SEM LIMITES?
Não existem limite para a brincadeira para Meirelles. “Você sempre vai atingir o território de alguém, não importa como. Eu acho que existe bom senso, obviamente. Como a gente é uma banda rock ‘n’ roll, a gente pode falar de tudo. O rock não pode ser coxinha”, diz ele, informando que o que os membros mais odeiam é banda de rock que fala de amor. “A gente não é mela cueca, a gente é rock com atitude, que vai falar merda pra c… Essa é a Renatinho”, define.
COISA SÉRIA
Quando estão em estúdio, a atitude muda. Ao invés do clima de piada, o lance fica sério. “Chega uma hora que a gente precisa fazer. É muita gente criativa reunida… É a Tatá, ou eu, o Murilo, o Cássio. Facilmente, em um dia, saem três músicas. A gente compõe, toca, quando vê… pum! Essa música mesmo, “Religiões”, eu compus num dia, coloquei no YouTube e já está com mais de 2 milhões de views. Quando a gente faz por prazer, o negócio funciona. O que a gente quer é causar. É o que a gente mais quer fazer”.