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“Cinquenta Tons de Cinza” até anima, mas não convence

Por Priscilla Gonçalves

Quando Jamie Dornan e Dakota Johnson foram escolhidos para estrelar “Cinquenta Tons de Cinza“, a primeira dúvida dos amantes do livro foi: “Será que vai dar química?” E deu! A novata Dakota trouxe para as telas a Anastasia Steele que muita gente imaginava. Jovem estudante de literatura, romântica, virgem, a típica personagem de comédia romântica. Dorner usou todo o seu charme e encarnou o Christian Grey que todas as mulheres desejavam no livro, mas isso não foi suficiente para deixar a adaptação atrativa.

A diretora Sam Taylor Johnson não soube trazer a intensidade proposta no livro. Quem é fã de verdade vai sentir falta do impacto, da surpresa e dos arrepios causados pelas cenas de Christian e Ana. O filme mais parece uma comédia romântica com leves pitadas de erotismo.

Os cortes das cenas mais quentes tirou o que a história tem de melhor- afinal o livro vendeu 100 milhões de cópias mais pelo que acontece entre os lençóis ( e no banheiro, sobre o piano…) do que por seu valor literário. Talvez a intensidade tenha sido economizada para prender o público na trama, assim como aconteceu com outras trilogias de sucesso como “Crepúsculo” e “Jogos Vorazes”.

Apesar disso, “Cinquenta Tons de Cinza” levanta questões relevantes sobre relacionamento. Até que ponto vale a pena ser submisso a alguém ou fazer algo contra os seus princípios por amor? Christian se relaciona com mulheres apenas por sexo, sem se envolver emocionalmente. Essa característica é bem representada no filme quando Grey impede que Ana o toque carinhosamente ou participe dos seus problemas.

Anestesia faz parte do grupo de mulheres que esperam o homem certo. De repente, surge Christian todo lindo, atencioso e desperta todos os seus sentidos. Ela se apaixona tão perdidamente que se submete às vontades dele mesmo sentindo dor – literalmente. Tudo em nome do prazer dele. Assim, a jovem vive um relacionamento sem diálogo, programas de casal ou qualquer tipo de romantismo. Mais um ponto em comum com a vida real.

O destaque vai para a trilha sonora com Ellie Golding, Sia, Annie Lennox e Beyoncé com sua “Haunted” e “Crazy in love”, que ajudam a dar um toque mais forte de erotismo às poucas cenas de intimidade do casal. Da próxima vez, direção, mais pimenta, por favor!

*Cinquenta Tons de Cinza estreia nesta quinta-feira (11.02) em todos os cinemas do país.

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