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EXCLUSIVO: Mary J Blige se reinventa e tenta se livrar do rótulo R&B

Por André Aloi

Mary J Blige está tentando se renovar como artista e se livrar das amarras do R&B. Seu novo novo álbum,“The London Sessions” – o 13º da carreira, que deu origem a um documentário ainda sem data para lançar -, chegou este mês às lojas brasileiras e plataformas digitais. Neste trabalho, ela cruzou o oceano, deixando os Estados Unidos para uma nova aventura: juntar-se a produtores londrinos, sob o aval de Steve Barnett, CEO da Capitol Records.

Preparando-se para uma nova turnê, afirmou que o Brasil é destino certo da produção, que deve estrear no início do ano que vem. Enquanto isso não acontece, ela conversou com exclusividade com o Site RG. O resultado da entrevista você confere a seguir:

RG – Quais foram as inspirações de “The London Sessions”?

MJB – A inspiração veio depois que fiz uma colaboração com o Disclosure (“F For You”, lançada ), e eles exploraram muito bem. A grande ideia era um álbum de colaborações, e que fizesse o álbum todo com eles. Essa foi a inspiração para as músicas. Uma faixa fez com que eu me deslocasse e atravessasse o oceano para trabalhar não só com Disclosure, mas com Sam e todos os produtores que estavam por lá. Essa coisa toda foi uma inspiração. Estou muito grata (com o resultado).

RG – Geralmente, os artistas da Europa temem ir aos Estados Unidos para fazer sucesso. E você fez o inverso. Cruzou o oceano e foi fazer um álbum em Londres. Por que isso?
MJB – Eu fiz um experimento com o Disclosure (duo eletrônico formado pelos irmãos Guy e Howard Lawrence), que é de Londres. Eu ia trabalhar um mês com o Disclosure, mas o Steve Barnett, da Capitol Records, transformou as coisas em algo grande. Ele me mandou de volta para Londres não só para trabalhar com Disclosure, mas também com Sam Smith, Emilie Sandé, Jimmy Napes, Naughty Boy, Sam Romans e Eg White. O negócio estava todo lá e ele só fez as coisas tomarem grandes proporções.

RG – Você conhecia esses artistas antes de gravar o álbum, além do Disclosure?
MJB – Eu conhecia o Sam, a Emilie não… Mas foi incrível.

RG – Longevidade é algo difícil hoje na música. O motivo de você ter ido a Londres gravar foi para se renovar como artista?
MJB – Sim, exatamente.

RG – Quais são suas músicas favoritas do álbum ou de sua carreira e que não poderão estar de fora da próxima turnê?
MJB – O álbum todo é muito bom para mim. Eu amo cada música, tenho muitas tracks favoritas. Seria injusto se escolhesse uma.

RG – E qual será o próximo single?
MJB – Ainda não sei. Quero escolher todos. (riu)

RG – Por que demorou tanto para falar com o Brasil?
MJB – Eu acho que vocês é que não queriam falar comigo. (risos) Eu acho que eu teria que ter algo novo, que que vocês queriam ou gostassem para poder falar.

RG – O que você já ouviu sobre o Brasil?
MJB – O que ouvi é que o Brasil é um País bonito, que supostamente tem pessoas bonitas, que amam música. Foi o que ouvi…

RG – Se te convidasse para vir para cá, qual seria sua reação e sua mensagem para os fãs?
MJB – Eu ficaria muito animada.

RG – Podemos esperar você no Brasil por aqui?
MJB – Nós estamos planejando e sei que o Brasil está (nos planos).

RG – E quando começa a turnê?
MJB – Ainda não sei porque não planejamos.

RG – Em que parte do processo está tudo isso?
MJB – Estamos fazendo com que dê tudo certo com o lançamento da música. Esperar que as pessoas gostem e, talvez, em um mês, estaremos planejando a turnê. Ainda não começamos a nos mexer, mas nós vamos.

RG – As pessoas te taxam como a ‘rainha do R&B’. Qual sua opinião sobre o assunto?
MJB –  Quando trabalhei com Bono (do U2) tive de dizer isso, quando gravei com Elton John também, George Michael, Sting, quando fiz um cover de Led Zeppelin… Tenho tentado dizer isso desde que comecei. Eu sou muito mais do que só uma artista de R&B. Sou uma artista em primeiro lugar. Disse quando lancei o álbum “Mary” (1999, o quarto de sua discografia). Este álbum diz que sou uma artista antes de tudo. Não posso ficar presa dentro de uma caixa do R&B. Eu sou muito mais do que isso…

Eu amo o R&B, minha carreira, adoro gravar, amo isso tudo, mas preciso me resguardar, fazer por mim. Até mesmo pelos meus fãs, as pessoas não sabem que querem algo novo vindo de você. Você tem que mostrar a eles que você é capaz de fazer isso.

RG – Você compôs alguma música para esse álbum? Quais são seus assuntos favoritos?
MJB – Eu compus algumas e colaborei com todos. Meus assuntos favoritos no novo álbum são perseverança, amor, força. Todas as coisas que fazem de você uma pessoa melhor. Seja o melhor que você pode ser enquanto humano. Seja uma versão melhor de você. Digo por mim: encoraje-se!

Após superar problemas pessoais, coragem é o que ela mais tem. Como o título do primeiro single entrega, seu momento é agora. Ouça “Right Now”. A outra parte da entrevista, você confere na revista Harper’s Bazaar de janeiro, que chegou esta semana às bancas.

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