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RG foi conferir (antes!) a exposição “Made by… Feito por Brasileiros”, em SP

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Por Matheus Evangelista

A manhã desta terça-feira (02.09) começou artsy. O motivo? A coletiva de imprensa da exposição “Made by… Feito por Brasileiros”, que vai transformar o antigo Hospital Matarazzo, em um polo de arte e cultura. Pelo menos até o dia 12 de outubro, quando tudo deve ser desmontado para dar inicio a reforma do edifício, fechado há mais de 20 anos. “Sou atraído por pessoas e não me pergunte por que São Paulo me atraiu, mas, para mim, essa cidade é uma oportunidade”, disse Alexandre Allard, presidente do Groupe Allard, no começo da coletiva que reuniu convidados e imprensa na sala que será ocupada pela artista Janaina Tschäpe.

“Não encontramos nada parecido em Dubai ou Pequim, e São Paulo é a cidade da oportunidade”, explicou o empresário, ao comentar que está envolvido na transformação do complexo em um centro de cultura há mais de sete anos. “Queria que esse lugar fosse um endereço onde todos pudessem visitar, e que expressasse criatividade”, resumiu. E parece que conseguiu – pelo menos por enquanto, já que não se sabe ao certo o que fica de pé e o que será demolido quando a exposição acabar.

Na ideia de que São Paulo pode se transformar em uma ‘capital criativa’, Allard disse que tudo começou a ganhar corpo e forma há quatro meses, durante a sp/arte 2014, que aconteceu em maio. “Nada do que vocês vão ver aqui vai permanecer. Tudo vai desaparecer e é esse o movimento que buscava”, declarou, e aproveitou para frisar que nenhum artista, incluindo os cantores convidados da noite, vai faturar por estar envolvido no projeto.

Sobre o empreendimento que deve tomar conta do terreno ocupado pelo hospital, Allard não entrega o que vem por aí, mas diz que sua ideia é nadar contra a maré da ‘verticalização’ de São Paulo. “Fazer um projeto dessa magnitude é complicado no Brasil. E vamos para o lado oposto. Queremos que todos reflitam sobre o quanto somos pequenos no mundo, no contexto local”, disse.

Allard aproveitou para dizer que a exposição tem um curto tempo de vida por conta do alto custo para deixar as salas e todo o edifício em pé. “As estruturas foram reforçadas para receber o público, o dinheiro para tal investimento é alto demais. Posso adiantar que a data de encerramento, marcada para o dia 12 de outubro, deve ser prorrogada, e a exposição deve ficar aberta ainda mais algumas semanas. Mas volto a lembrar de que tudo não passa de um ato, que vai se dissipar e nada disso será visto novamente”, finalizou.

Highlights

O endereço, que abre oficialmente para convidados na próxima sexta-feira (05.09), mais parece um canteiro de obras, com máquinas, muita poeira e funcionários correndo de um lado para o outro. A ideia de ‘ocupação’ e o abandono do prédio são visíveis, e essa ideia é também a mais divertida. Por diversas vezes parece que estamos andando em escombros, passando por restos de paredes e entulhos. Rampas de construção, soldas e capacetes daqueles usados em obras de grande porte são vistos aos montes – tudo para correr contra o tempo e deixar o espaço impecável – como se isso fosse humanamente possível…

Sem placas de orientação – que devem ser colocadas ainda esta semana -, as salas que abrigam obras e instalações se tornam incógnitas, e os corredores, verdadeiros labirintos. Com sete pavilhões, a exposição se consagra por não ter uma cara de galeria de arte, e a ideia aqui é ser o oposto, algo rústico e que ‘invadiu’ o espaço. As apropriações passam de delicada a agressiva em apenas um passo – vide a instalação de Nino Cais, ‘escondida’ em um antigo leito, e a intervenção gigantesca de Arne Quinze, que recepciona os convidados.

O que ver primeiro? Muita coisa… A videoprojeção de Lygia Clark, a instalação de Tunga e todo o conceito abstrato de Artur Lescher e Cristiano Mascaro no prédio da antiga Lavanderia. As imagens e vídeos de Oskar Metsavaht, a instalação de Beatriz Milhazes – criado para hospedar a cia. de balé de sua irmã, Márcia Milhazes, e a intrigante intervenção de Per Barclay e Xavier Veihan, na escadaria principal do edifício.

Na capela, a portuguesa Joana Vasconcelos mexe com anjos e demônios, questiona a fé e dá uma nova cara ao tradicional templo de oração – em frente ao prédio, Philippe Perrin fere os convidados com os pregos ‘usados para pregar Cristo na cruz’, em tamanho real, deitados morbidamente em um jardim florido.

Incômodo, relevante e perturbador, o local mostra que a ideia abstrata de Allard ganhou não só forma, mas se encheu de conteúdo e força. Passeio “tem que ir” para quem gosta de arte contemporânea.

Made by… Feito por Brasileiros @ Hospital Matarazzo
Cidade Matarazzo, Alameda Rio Claro, 190, São Paulo
A partir de 9 de setembro
De terça a domingo, das 9h às 17h
www.feitoporbrasileiros.com.br

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