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Projeto de arte e educação cria ponte entre Amazônia e Alemanha

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Por Jeff Ares

Santa Izabel do Tupana, Amazonas, fins de 2013. O menino Francinaldo na rede. Que balança. E faz um som, que a gente nem ouve.

O artista alemão Philipp Frackmann está na Casa do Rio, instituição de educação e arte embrenhada no meio da floresta. Enfrenta as mutucas, destrava a língua com os ribeirinhos, registra depoimentos em vídeo, ganha teto e afeto da Dona Morena. Cria laços. E redes. Elas lá, balançando. Pensa na cinética da coisa. Tem física, tem força. Tem catapulta pro som. Pendurou uns penduricalhos. É sua obra.

Junho de 2014. Na Associação de Artes da cidade de Braunschweig, na Alemanha, visitantes embalam sua excitação nas agora redes-obras, que vão zunindo, naves espaciais do paraíso idílico, tão distante. Agora mais perto. Cada vez mais.

Braunschweig e Tupana são dois polos distantes do mapa comum, agora conectados pela artista plástica brasileira Angela Camara Correa Gelhaar. Para além de seu trabalho autoral, que é uma força, ela promove desde 2010 um intercâmbio de linguagens entre a Amazônia e a Alemanha em seu ofício como arte-educadora, conectando crianças alemãs às histórias, ao folclore, à vida cotidiana amazônica.

Frackmann, seu pupilo, é artista do projeto Was uns verbindet (O que nos une), parte da plataforma de arte-educação “KidS” – Künstler in der Schule (Artistas na Escola), que Angela implementou em 2008 na grade escolar da Christophorus (CJD-Braunschweig). Há mais de 25 anos radicada na Alemanha, a diretora do projeto é de natureza conectora. Mulher de redes. “A viagem começa na ‘rede canoa’, que ao deslizar nas águas do Rio Tupana, vai se transformando”, narra Angela, “no banzeiro, a rede canoa ganha asas… atravessando as grandes águas para levar, trocar, embalar e envolver em Braunschweig com sons, sonhos, criando laços e envolvimento.”

Uma grande exposição está marcada para 4 de julho na escola Christophorus. Músicos da orquestra sinfônica do Teatro Municipal de Braunschweig vão travar um diálogo com as 12 redes sonoras. Outra atração: a presença da artista Simone Donha, que ao lado de Thiago Cavalli Azambuja, criador da Casa do Rio, encampou conceitos de arte-educação com as crianças de Santa Izabel do Tupana.

E seguem as redes, balanço sem fim.

Mais sobre o projeto, aqui.

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