Top

Malévola: a crítica de RG

Eleonora Rosset assistiu ao filme e te conta se vale a pena

Como não se encantar com “Malévola”?

A história da “Bela Adormecida”, do velho conto de fadas na versão de Charles Perrault de 1697, que levou a Disney a fazer a animação de 1959, tem uma nova versão, contada do ponto de vista da fada Malévola.

Quem comanda a beleza que está na tela é o diretor novato Robert Stronberg, que já ganhou alguns Oscars como diretor de arte, em filmes como “Avatar”, “Alice no País das Maravilhas”, “Oz, Mágico e Poderoso”, que também dirigiu e “As Aventuras de Pi”.

Imagens cativantes mostram a jovem de asas de grifo e chifres de íbex (Isobelle Molloy), brincando com outras criaturas mágicas do reino de Moors. Mas existe um reino próximo, habitado por seres humanos. Tudo que em Moors é leveza e alegria, em plena natureza respeitada, no reino dos homens é pedra, fogo, soldados e um rei tirano.
Malévola é a guardiã de seu reino e pela primeira vez em sua vida encontra um ser humano, o menino Stefan (Michael Higgins), que veio para roubar. Ela faz com que ele devolva a pedra preciosa ao poço e, quando ele volta, é para se aproximar dela como um jovem atraente que encanta o puro coração da fada, que acredita no amor verdadeiro e se entrega.

Mas Stefan não tem amor, tem cobiça. E para tornar-se rei do reino dos homens, atraiçoa Malévola.

Esse é o centro emocional da história, que explica tudo que virá a acontecer depois.

Malévola, agora sem suas asas, tem Diaval (Sam Riley), o homem-corvo, olhos dela nas alturas que ela não pode mais visitar.

E, quando fica sabendo que nascera a filha do rei Stefan (Shalto Copley), Malévola vai se vingar.

Ela é uma personagem complexa que tanto ama quanto odeia, com todas as forças do seu ser. A maldição que lança sobre Aurora é cruel. Aos 16 anos, dormirá para sempre, a menos que um beijo de amor verdadeiro a desperte.

Aqui aparece a grande mudança que faz a história de Malévola ser mais contemporânea. Saímos da maldade da bruxa egoísta e entramos em contato com uma mulher forte e protetora dos mais frágeis, mas com emoções ambíguas, que habitam seu coração ferido por seu amor recusado e traído. Sua magia é forte e, entretanto, ela se arrependerá de ter lançado a maldição sobre Aurora, menina alegre e encantadora.

O primeiro encontro das duas é comovente. Vivida pela filha mais moça de Angelina Jolie, Vivienne, de uns 3 anos, loirinha e angelical, a princesinha Aurora pede:
“- Colo, colo!”
E como Angelina é bela e talentosa no papel que ela soube interpretar com nuances e humor. É dela, a tela.
Sedutora, com cornos de íbex (cabra do Himalaia) e asas de grifo (ave mitológica), caprina também no rosto marcante, onde as feições se tonam esculpidas a faca, seus olhos verdes cintilam com poder e aquela boca vermelha, feiticeira, tem trejeitos que só ela sabe fazer.

O amor verdadeiro libertará Aurora (Elle Fanning) e Malévola.

Final feliz e surpreendentemente novo.

Estou certa de que algumas mulheres da plateia vão secar uma lágrima inesperada e bem-vinda.

Mais críticas da Eleonora? Clique aqui

Em tempo: veja a galeria especial que preparamos em comemoração ao aniversário de Angelia Jolie. Aqui

Mais de Cultura