Cantora tipo exportação

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por Rosana Rodini
colaborou Clarissa Wagner
foto Daryan Dornelles

Bonita essa Karina Zeviani. No palco, tem postura imponente, olhos safados e gingado de ombros que combina com o timbre, doce e afinado. Descendente de italianos, virou modelo cedo, por motivos óbvios, com carreira bem-sucedida lá fora. Abandonou as passarelas para integrar a banda francesa Nouvelle Vague. Nove anos na estrada e outro encontro musical, com o Thievery Corporation. Detalhe: quem a indicou para o duo americano foi David Byrne, eterno Talking Heads. “Gravei umas músicas com um percussionista brasileiro que tocava com ele. O David escutou e me indicou para o Thievery. Deu certo.” Entrou para o grupo e acabou amiga de Byrne. Em 2012, voo solo, com a estreia de Amor Inventado, primeiro álbum, um “apanhado de músicas da vida toda”.

Lembra Adriana Calcanhotto, com letras próprias e lúdicas que falam de um chiclete de melão, do coração, do nada, de tudo… “Estou musicando desde o ano passado o poeta Manoel de Barros”, entrega. Um projeto para já, já. Mais para 2014? Vai lançar Amor Inventado na França. E o primeiro CD do Fabrik, coletivo musical que surgiu ao fazer uma trilha para a segunda marca de Oskar Metsavaht, a New Order. O disco saiu em fevereiro, com Oskar assumindo a visual art da coisa toda. Para abril, mais uma: “o lançamento de Saudade, CD do Thievery só com vocais femininos. Duas são minhas”, divide, com sotaque carioca carregado. “Mas você não é do interior de São Paulo?”, pergunto pra cantora de Jaboticabal. “É um sotaque falcatrua, ou melhor, um sotaque adquirido, já que eu morei muitos anos lá fora, sempre cercada de cariocas.” Pouco importa. Karina, de volta ao Brasil, segue mulher do mundo. Mas a bossa é nacional e isso ninguém tasca. Ao lado, os projetos da voz que encantou Byrne…

As mil e uma vozes de Karina Zeviani

Thievery Corportion
“Foi tudo muito rápido: mandei gravações e em menos de um mês comecei a fazer turnês com eles, de 2005 a 2011. Em Saudade, novo álbum do Thievery, canto duas músicas”

David Byrne
“Eu já cozinhei pra ele. Quem sabe um dia ainda gravamos juntos?”

Manoel de Barros
“Há um ano estou musicando a vida e obra do poeta. Sou fã! A ideia é gravar um disco com as poesias dele. Ainda preciso de autorização”

Amor Inventado
“Primeiro sico solo, em 2012, necessidade de colocar as coisas pra fora. É lúdico, com muitas referências da minha infância, de circo mambembe. Agora, será lançado na França”

Nouvelle Vague
“Entrei em 2008. Nossa parceria durou até 2011. Foi um marco pra mim”

Fabrik
Começou com uma trilha para a segunda marca do Oskar Metsavaht. Fiz em parceria com a Gomus, agência de Music Branding. Deu bossa. O disco saiu em fevereiro”

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