por Jeff Ares
Se Dilma Rousseff já tem seu retratista oficial, monsier Romero Britto, Marina Silva acaba de ganhar o seu… É ele, the one and only, Roberto Camasmie.
Em 2011, a mandatária ganhou de Britto, nosso Keith Haring anos 2000, um retrato assim todo poptchura, very modern art, um indicador de que Dilma é pop, é das artes, etc e tal.
Agora, hoje mesmo, em uma jogada de marketing sensacional, a assessoria de Camasmie acaba de mandar para o meu email um retrato fabuloso de Marina Silva, espécie de resposta à Britto (esta é minha interpretação), que polariza forças antagônicas do cenário político de 2014, e, por que nnao dizer, do cenário artístico (pop, deveras) brasileiro.
Camasmie é famosíssimo retratista da sociedade paulistana e carioca dos 70’s. Tem coisas lindas daquela época, bem figurativo e opulento, coisas que realmente hoje são cult, de tão kitsh. De uns tempos pra cá, tomou para si uma estratégia midiática, e retrata grandes personalidades; comum é ver na vitrine de sua loja-ateliê nos Jardins, em São Paulo, artistas que estejam no país para grandes shows, como Bob Dylan, Ringo Starr e Britney Spears, Ricky Martin (retratado ao lado de seus gêmeos), entre tantos outros personagens de vulto.
Camasmie desta feita tece loas à Marina Silva, ex-ministra que postula um lugar ao sol da democracia tupiniquim. Executada em tecido e nanquim pintado, a obra retrata Marina entre animais da Amazônia. Uma beleza. Acompanha um texto do artista: “Marina Silva. Não se iniba com a rejeição do registro de seu partido no STE. O Brasil precisa de você”, e a incita a livrar-nos de um “governo bolivariano-petista” do alto de seus 20% de intenções de voto – que ela deve usar ao lado de Eduardo Campos, presidente do PSB, partido ao qual se une para brigar nas eleições de 2014, possivelmente como sua vice.
Apoio explícito de Camasmie, pois, que se contrapõe à dobradinha Britto-Dilma. Guerra de guache!