Top

A sobrinha de Eike Batista

RG apresenta Pauline Batista, fotógrafa que estudou na Califórnia e que só quer saber de arte

Por Jeff Ares
Contrariando qualquer expectativa mais óbvia, a sobrinha do bilionário Eike Batista, neta de Eliezer, não é uma it girl. Estudou relações internacionais na Califórnia, encontrou seu verbo na fotografia. A principal questão do trabalho de Pauline Batista, curiosamente, é antagônica aos cifrões que seu sobrenome exala: “Procuro questionar esse apego do ser humano a um mundo construído e material. Mais e mais parecemos esquecer de tempos simples e da beleza de um mundo que parece fantasias mas que existe na natureza ao nosso redor. Sei que é fácil, na sociedade em que vivemos, se esconder atrás de máscaras, mas gostaria de explorar a experiência absolutamente assustadora de simplesmente ser, sem nenhum dos recursos que usamos para nos transformar naquilo que pensamos que temos de mostrar ao mundo”. Despidos, como as mulheres da série “Stumbling towards Oblivion” (foto). “Tentar convencer conhecidos a posar para mim é um processo mais longo que as fotos em si. Eu gosto de usar pessoas ‘normais’, que não têm uma tendência tão grande de posar para a câmera, e também pessoas com um senso de aventura.” Que o digam as amigas de Pauline, soltas em noites profundas, na floresta, ao melhor estilo Bruxa de Blair.

O background de Pauline vem de muitos rolês. São dez anos na Califórnia, “no início, a contragosto”, temporadas de estudos de arte e fotografia em Sydney e Berlim, passando por seis meses de couchsurfing pela Ásia, em que “até meio que fui adotada por uma velhinha da etnia mon, quando me perdi numa ilha em Burma e acabei no centro de um festival em que desenterravam um monge”. Histórias que formaram seu discurso, que em breve poderá ser visto em alguma galeria brasileira. É que, depois do hiato, Pauline deve voltar a morar nestes trópicos. “No momento, me considero uma nômade. Até o fim do ano acho que volto de vez.” Alguém tem um sofá para a moça habitar?

Mais de Cultura