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RG não deu

Beijo infeliz: o preconceito que ainda impera no mundo do futebol. O caso de Sheik.

Por Rinaldo Zirrah

Vamos combinar: se não fosse o fato de você, homem, viver numa sociedade que condena o carinho com outro cara, você abraçaria e beijaria, de forma carinhosa, um amigão seu? Eu sim. Assim como faço com minhas amigas mulheres. Mas, por mais que isso possa parecer uma bobagem, o assunto virou manchete e até mesmo motivo de protesto em SP.

O jogador Sheik, do Corinthians, decidiu postar uma foto sua dando um selinho num amigo, comemorando a vitória em cima do time do Coritiba. E não deu outra: o cara está  sendo alvo das mais ferrenhas críticas possíveis, coisa que tem me causado espanto.

Aqui cabe ressaltar o seguinte – aliás, uma coisa importante: e se o Sheik, por exemplo, for realmente gay? Qual é o problema termos um jogador ótimo, bom atleta do futebol e…homossexual? Isso o faz ser menos responsável dentro de campo? Faria o cara ser um profissional da bola com menos aptidões? Emerson chegou a ter a moral levantada pelos seus amigos dentro do vestiário, algo como “isso aê, libera geral”. Mas no lado de fora, acreditem ou não, até faixas estão rolando de protesto contra o que Sheik fez.

Ou seja: paremos para pensar. Existe um grupo de homens que se sentiu ofendido de ver o jogador de seu time dando um selinho em outro cara. Nas faixas, podemos ler coisas como “Aqui é lugar de homem”, “Viado não”, entre outras baboseiras.

Até quando seremos obrigados a viver numa sociedade “separatista”? “Futebol é coisa de macho. Meninos podem fazer natação. Ou tente jogar handball”, ouvia quando adolescente. Enquanto isso, os “armários” e “infelicidades” só crescem com as pessoas que só precisam ser elas para serem felizes.

Abaixo a ditadura de moldes sociais, sexistas e homofóbicos. 2013, gente…

Mais Rinaldo Zirrah, aqui.

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