Usuários de Crocs, uma questão sociológica

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por Patricia Romano

Lembro com clareza da primeira vez que vi um par de Crocs. Foi antipatia à primeira vista. Passei muitos anos me indignando cada vez que via alguém usando a tal pantufa pós-moderna. Muito drástica, dramática, raivosa, minha relação com os Crocs? Afinal de contas é só um sapato feio? Muito feio? Não, não é. A questão é social e mundial. Duvida?

A Universidade de Columbia, em Nova York, vocês sabem, é uma das mais importantes do mundo; administra o Prêmio Pulitzer e já formou três presidentes americanos. Pois bem. Para corroborar com minha aversão, divulgaram o resultado de uma pesquisa feita por um de seus mestres, o professor de sociologia Talmond Rabinowitz, que analisou cerca de 800  “usuários” de Crocs – eles são milhares no mundo, nas idades mais variadas. Muitos começam cedo, ainda bebês.

Segundo a pesquisa, as mais populares justificativas para o  uso dos calçados são o conforto, a facilidade de limpar e o louvável fato de que Crocs não dão chulé. Elementos, veja,  absolutamente infantis. Sendo assim, ok, acredito ser  coerente liberar o uso de Crocs para crianças, até a idade máxima de oito anos. Eles podem enfeitar seus calçadinhos com sapinhos, mini Mickeys e florezinhas. Fofo. Mas cabe aos pais impor os limites e dizer para seus filhos a hora de parar.

Acompanhemos a linha de raciocínio do Dr. Rabinowitz. Ele concluiu que o surgimento do Crocs foi um alívio e uma salvação para pessoas sem estilo, que consideravam um sofrimento escolher entre tantos modelos diferentes nas lojas de sapatos. A chegada do Crocs também uniu os sem estilo em uma comunidade. Uma confraria triste de usuários, cujo diagnóstico é de enternecer: são pessoas que sofrem de falta de entusiasmo, depressão, não têm ambição nem imaginação e geralmente nada de interessante para dizer. É o que diz a pesquisa, que conseguiu até traçar um perfil das mulheres usuárias de Crocs. O mais interessante é que elas têm profundo desprezo e desdém por mulheres fashionistas. Devo dizer que é recíproco, queridas usuárias.

Para terminar o estudo sociológico sobre os usuários de Crocs, Doutor é categórico, dramático e definitivo: “Pessoas que usam Crocs desistiram de suas vidas”.

Por um mundo com menos usuários.

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