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FLIP @RG do Mês

No primeiro dia de venda de ingressos, as apostas RG da Feira Literária de Paraty

Nesta segunda-feira (10.06) começam a ser vendidos os ingressos para a 11ª Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, marcada para os dias 3 a 7 de julho. Neste ano, a Flip presta homenagem ao escritor alagoano Graciliano Ramos. Assunto na edição de junho de RG, já nas bancas, Cadão Volpato faz as suas apostas literárias desta edição e nos da cinco motivos para ler a obra de Graciliano. Imperdível!

Por Cadão Volpato

“A Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), em sua versão 2013, não parece apostar em nenhum nome mais cintilante. Pode ser que as tietes sejam afugentadas este ano, visto que não há Chico Buarque ou Salman Rushdie ou qualquer outro popstar das letras na lista. A experiência mostra, no entanto, que grandes surpresas podem acontecer. Em 2011, por exemplo, quem é que apostaria no sucesso de um autor português tímido e quase desconhecido como Valter Hugo Mãe?

A escritora americana Lydia Davis é uma que corre por fora. Seu livro de contos, Tipos de Perturbação (Companhia das Letras), acaba de sair no Brasil. São 57 narrativas inclassificáveis, de tudo quanto é tamanho (variando entre poucas linhas e muitas páginas), todas carregadas com aqueles fatores que determinam a força de um conto: o mistério, o algo mais que se esconde em outra parte, as palavras simples, mas cortantes, a ironia fina que nada tem a ver com cinismo, mas com humor e inteligência. Tem a ver com Kafka, mais do que comTchecov. Kafka, aliás, é um dos personagens de Lydia.

E aí vai uma aposta quase secreta: o poeta octogenário Zuca Sardan. Vivendo em Hamburgo, na Alemanha, Sardan (Carlos Felipe Saldanha) é um escritor-desenhista que vem a Paraty com fôlego de garoto. Deve causar sensação. No mínimo, pelo senso de humor: ele gosta de contar, por exemplo, que espiou a nudez de Carmen Miranda no Cassino da Urca. São de Sardan estes versos imortais: “Se poesia fosse um táxi/já arrancava/com o leitor pagando/bandeira dois”.

Como o homenageado de 2013 é Graciliano Ramos (1892-1953), ao lado listamos cinco motivos para ler o homem, agora mesmo.

Cinco motivos para ler Graciliano

Graciliano escreveu Vidas Secas (1938), romance de uma poesia brutal que a gente estuda na escola por obrigação – e é bom: a alma brasileira passa por essa secura

Graciliano também escreveu Angústia (1936), uma narrativa sufocante, dostoievskiana, sobre um crime. Um relato sempre moderno

Ele sabia escrever como ninguém. Era irascível. Sabia polir e sabia jogar fora, com uma honestidade para consigo mesmo completamente fora de moda já naquele tempo

Ninguém passa incólume pela experiência de ler São Bernardo (1934). Uma lição brasileira de como o homem é capaz de destruir aquilo que ama

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