Vanessa da Mata: entupiu o metrô

por Jeff Ares

“Gente, olha que coisa boa, tem 50 mil pessoas chegando no parque, pelo metrô, então vamos alongar o show em mais meia hora pra que todo mundo possa ouvir um pouquinho”. Era Vanessa da Mata, neste domingo (26.05), no palco do projeto NIVEA VIVA Tom Jobim, que celebra a obra do compositor. Com um vestido branco e adornos no cabelo que a deixaram ainda mais parecida com Clara Nunes, Vanessa deu seu tom, acima, para as canções de Tom, das super clássicas às menos famosas. Não é cantora de registro tranquilo, bossanovista. É mulher de rompantes, agudos, trinados grandiloquentes. O que seria dissonante, a princípio, se revelou interessante, outra leitura. Teve quem não gostou muito. Mas teve quem amou, em especial a moça da plateia que gritava “Tesão” e “Canta lá em casa” a cada fim de acorde – e soltava os risos da diretora do show, Monique Gardenberg.

Oficialmente, foram 120 mil pessoas no Parque da Juventude, em São Paulo, lugar que em nebulosos anos era ocupado pelo presídio do Carandiru. Um parque arborizado, a luz de outono, nada de águas, nem de março, nem de maio – céu de almirante, para deixar mais bonitas “Wave”, “Chovendo na Roseira” e a muito linda “O Que Tinha De Ser”, ponto alto, que é sensacional com Elis, e ficou bem posta à força cênica de Vanessa. Ponto para os arranjos de Eumir Deodato e a direção musical de Kassin; bom para os ouvidos dos convidados de Priscila Borgonovi, a mulher mais linda entre os 120 mil.

Para quem quiser ouvir, uma boa é ir à Praia de Ipanema, onde se despede a turnê, no dia 9 de junho, às 17h, entre os postos 10 e 11. Vá!