Por JACKSON ARAUJO
Com a grandiosa missão de “libertar o universo de uma escravidão mental”, o DJ e produtor Thomas Wesley Pentz, aka Diplo, amplia seu papel de promotor de pontes entre a cultura musical das periferias e o mainstream sob a grife Major Lazer, projeto que acaba de assolar o Brasil, no festival Lollapalooza, e abarca sonoridades como hip-hop, reggae, dub e moombahton, entre outros estilos mixados.
Gravado na Jamaica, em 2009, o primeiro álbum disseminou talentos como Santigold, Nina Sky, Amanda Blank e Mr. Vegas e tem influências da rapper M.I.A., central personagem na construção desse pensamento unificador de sons das periferias em prol de uma revolução global, em que linguagens antes excêntricas desenham o espírito das transformações. Até chegar aos beats que compõem o blend do Major Lazer, Diplo apresentou o funk carioca ao mundo. Agora está interessado nos afrobeats em suas vertentes mais criativas, e em torno deles aproxima vozes pouco (ou nada) relacionadas com o universo do hip-hop’n’reggae, como as de Alexis Taylor (Hot Chip), Ezra Koening (Vampire Weekend) e da francesinha La Roux.
Em seus shows, a gang ML quer catarse tribal movida a dança, sexo e histeria. Diplo tira a camisa e faz stage-diving, pirando marias-picapes. Para o recém-lançado novo álbum, Free the Universe, ele propõe tracks intergaláticas, boas de pista, sem perder o tom rootsy. Algo como George Clinton e seu Parliament Funkadelic na era da internet. E, assim, a filosofia da família Major Lazer segue como um híbrido de estilos clássicos, futuristas e vintage celebrados numa dancehall-rave, democrática e sensual.
Mais Jackson na revista RG. Já pras bancas.