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Arthur Bispo do Rosário

Wilson Lázaro lança na Bienal a segunda edição do livro com as obras do Bispo

Que olhar devemos vestir para encarar as obras de Arthur Bispo do Rosário, um carioca que viveu 50 anos em uma instituição psiquiátrica e transitava com uma invejável facilidade entre esses dois mundos? Olhos céticos julgando o trabalho de um desconecto com a realidade? Ou com os olhos da alma, de nossa própria loucura interior. O louco aqui no caso deu certo. Teve seu trabalho apresentado na 46ª Bienal de Veneza e hoje figura na galeria dos mais importantes artistas contemporâneos do país com 804 obras catalogadas.

No próximo dia 8 de setembro, Wilson Lázaro, curador do Museu Bispo do Rosário, lança uma edição especial pela Réptil Editora da primeira publicação do livro livro “Arthur Bispo do Rosário – Séc XX”, lançado seis anos atrás. O livro traz 29 novas imagens, além de prefácio de Louise Bourgeois e texto inédito de Luiz Peres Oramas, curador da 30ª edição do evento. Segundo ele, o fato de Bispo ter sido uma figura periférica e ter sua obra centrada na invenção da linguagem vai de encontro ao “A iminência das poéticas” e a proposta desta Bienal, que é ir contra o que ele chama de “sociedade de consumo artístico”. Nas palavras de Oramas: “Artur Bispo do Rosário, em sua dolência e em sua saníssima intuição, não parou de revelar-nos o que podemos ser: nossa exterioridade ainda inalcançada. Bispo viveu em seu confinamento, em seu mundo interior e através dele pode ter a certeza de uma vida mais afiada e justa, transformada em coisas, em objetos, em brilhantes costuras”.

A obra será lançada na Bienal de São Paulo, no dia oito de setembro, acompanhando a exposição de 340 obras do artista.

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