Por Rosana Rodini
“Estamos em um quarto de hotel em São Paulo. Com o cabelo loiro caindo nos olhos, eis Pierre Sarkozy, 27 anos, filho do ex-presidente francês. Ele faz as honras:”
Pierre Sarkozy: Aceita alguma coisa?
RG: Obrigada. Você usa o codinome DJ Mosey. Por que não usa seu nome para se promover?
PS: É para não associar a minha carreira à vida do meu pai.
RG: Como anda a carreira?
PS: Já toquei até no Cazaquistão, mas a minha estreia em Paris vai ser agora. Agora que ele (o pai) não está mais no comando do país, me sinto à vontade.
RG: Você se interessa por política?
PS: Fui criado por uma família que me ensinou a fazer o que se gosta. Gosto de música. A casa do meu avô, na Córsega, era uma antiga boate. Está no sangue. Passava as férias lá. E comecei a tocar em clubs. Mas não sabia que era possível viver disso.
RG: E fez bom dinheiro?
PS: Não ganhei um milhão, mas recebi um bom cheque pelo direito autoral da minha primeira canção. Que bom é viver de uma paixão. Quando toco, gosto de olhar no olho de quem está dançando. Essa resposta imediata é única.
RG: A noite é seu habitat?
PS: Viro noites produzindo. Me sinto o rei da noite nesses momentos.
RG: Projetos novos?
PS: Eu estou preparando um CD, o primeiro, para logo mais… (Enquanto fala, se senta no sofá, tira os sapatos e abre o seu laptop, instrumento de trabalho e companheiro inseparável). Posso te mostrar uma música minha?
RG: Claro que sim. E assédio, sofre muito?
PS: Não que eu perceba. (Aqui, fica tímido).
RG: Está solteiro?
PS: Tem certos assuntos que prefiro manter só para mim.
RG: E a associação das drogas com a música eletrônica?
PS: A música já te leva a um outro estágio, eu não preciso de droga alguma. Na adolescência, nunca quis provar. Morria de medo de algum escândalo. Depois, descobri que realmente não precisava daquilo.
RG: Seu pai já dançou na sua pista?
PS: Ainda não, mas qualquer um é bem-vindo na minha pista. (Leva a Carla pra dançar, Sarkozy!)