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Gianecchini @RG

Reynaldo, o nosso campeão, na íntegra para você. Vem cá, vem

Reynaldo Gianecchini passou pela maior prova da sua vida e saiu dela vencedor. Exemplo de superação, comoveu o país. RG tem o privilégio de mostrar, em primeira mão, a nova face deste verdadeiro campeão.

Por Dudi Machado. Fotos Christian Gaul

No período de apenas um ano, o ator Reynaldo Gianecchini passou por uma gama de experiências que muitos não percorrem em toda uma vida. Foi diagnosticado, tratado e finalmente curado de um raro tipo de câncer linfático, ao mesmo tempo em que enfrentou a perda do pai. Saiu de cena no auge da carreira e tornou-se ator principal do drama de sua própria vida em rede nacional. Deu um exemplo de superação, verdade, força e otimismo que serviram de inspiração para outros brasileiros, doentes ou não. Altivo e humilde, em nenhum momento transformou sua história em dramalhão e ressurgiu dessa experiência, não somente como o galã de sua geração, mas um novo homem, mais maduro, senhor de seu destino, consciente de que este não depende exclusivamente de sua vontade. “Viver é uma grande ilusão, não temos controle sobre nada, tudo não passa de uma grande brincadeira. Nada é absoluto”, diz ele, que hoje encara cada dia como uma nova experiência, um novo desafio. Foi assim, aberto, pronto e disposto que Giane recebeu RG para este ensaio, para mostrar as mil e uma faces de um ator, mas também de um homem que superou obstáculos, aprendeu com eles e literalmente renasceu, de alma aberta e cara lavada, como no belo registro de Christian Gaul que você vê nas páginas a seguir.

Histórias de superação costumam ter sempre grande repercussão, divisores de águas na vida. Não raro, os vencedores dessas situações são capazes de demonstrar até uma certa arrogância depois da conquista. Não foi o caso de nosso personagem. Reynaldo impressionou e comoveu o país pela maneira honesta, sincera, mas também muito humilde com que lidou com todo o processo. Aberto, demonstrou em diversas ocasiões sua gratidão, emocionou-se em frente às câmeras, e sinceramente falou em amor, troca, solidariedade e generosidade. Palavras grandes, que quase perderam seu verdadeiro significado no mundo de hoje, mas que nele soaram verdadeiras como deveriam ser. “Fico agora computando o que realmente mudou depois de tudo. Acho que o essencial foi meu olhar pelo ser humano, estou mais interessado pelas pessoas, em quem elas são, perco tempo querendo entender, compreender cada um. Hoje uso o tempo para parar e olhar as pessoas, tenho um outro ritmo interno.”
Define ele, resumidamente, os ganhos de uma experiência tão profunda que dificilmente poderia ser expressa em palavras, sempre insuficientes para conjugar estas situações. Mais fácil talvez decifrar seu olhar, mais terno, interessado. Sua atitude mais calma, serena. “Descobri nesse período a beleza, me interessei muito mais por estética, por arte, por arquitetura, pensei até em fazer uma faculdade… Desenvolvi outro olhar, me interessou a beleza, pura, me tornei muito mais ligado em imagens, não das pessoas, mas de formas, não tinha esse olhar tão atento, hoje sim”, confessa. A maturidade tem dessas coisas, costuma colocar tudo na sua devida perspectiva: “Fiz análise, achei que seria um bom período para tratar também da cabeça. Colocar as coisas no lugar. Aprender a dizer não foi essencial. Quero exercer plenamente meus desejos, saber porque estou abrindo mão de algo. As concepções agora são também minhas opções.”

Otimista por natureza, em nenhum momento se deixou abater. Fez campanha pela causa da doença, careca, ainda um pouco fora de forma. Vaidade zero, entrega total. Apesar de sempre galã, a preocupação com a imagem, sem pieguice, nunca foi o foco de sua atenção. Melhor assim, tivemos a oportunidade de registrar o retorno triunfal, pleno, na forma e no conteúdo, afinal por aqui é tudo novo, das imagens que você vê ao sistema imunológico do ator – ele teve mesmo de tomar de novo todas aquelas vacinas da infância – um verdadeiro renascer. Um novo olhar, uma nova vida, outro entendimento.

Na prática, os próximos capítulos do ator já prometem emoção. Depois de merecidas férias, ele entra com força total nas gravações da nova versão do folhetim Guerra dos Sexos, que deve ir ao ar no final deste ano. O autor Guilherme Fiuza, o mesmo de Meu Nome não É Johny, já começou a colher depoimentos de Gianecchini para um livro de memórias. Enquanto isso, aos poucos, ele já estreia seus passos de vida normal. Já circula, pensa em pintar a casa. Um novo dia, uma nova vida…

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