Por Rinaldo Zirrah, do Rio
Quem é do Rio conhece melhor do que ninguém o incrível espaço da antiga Fábrica de doces, a Bhering . O local , desativado há anos, já serviu de locação para filmes, clipes, e hoje serve cerca de 50 artistas com ateliês instalados por lá, mostrando suas obras, espalhadas nos 20 mil metros quadrados.
O problema: por conta de problemas de pagamentos do imóvel, o local foi à leilão. A antiga fábrica foi arrematada por R$3,2 milhões pela incorporadora Syn-Brasil Empreendimentos. Só que com isso, todos os artistas por lá estão despejados. O Rio perde um espaço de arte democrática – e livre.
Por agora, as informações que temos é que a Bhering vem tentando acabar com essa dívida, pagando aos poucos para a União. Só que o Governo não quer saber muito de conversa e quer acabar com o espaço a qualquer custo, visando apenas o lucro. Para quem não sabe, a fábrica fica no bairro de Santo Cristo, um dos que fazem parte do Cais do Porto carioca, que tem projeto de revitalização e tudo mais.
O que mais assusta é perceber que os artistas que estão alojados no local permanecem por lá há mais de 2 anos, sem nenhum tipo de problema. Quando veio a informação do despejo, todos ficaram assustados. Tanto que a fábrica estava – até então – no roteiro da ArtRio, que rola no dia 22 de setembro, sendo o maior evento de arte da cidade do Rio de Janeiro, como se fosse a SP-ARTE carioca.
Segundo o advogado da Syn-Brasil Empreendimentos, George El- Khouri, a ideia deles é transformar o local num grande centro cultural e que os artistas que ali já estão poderão fazer parte contribuindo com “alugueis reajustados”.
O site vai ficar acompanhando todo o caso. E você pode ajudar. Se estiver no Rio, faça parte do Movimento Contra Desocupação Bhering. Vale a pena ficar de olho para saber no que vai dar. O Rio não pode perder esse espaço. Nem a arte.