Por Gokula Stoffel
“A classe C é a nova classe média, ela é representada por um número estimado entre 60 a 100 milhões de brasileiros. Juntos, estes têm mais poder de compra do que a classe A.” A frase foi o ponto de partida para o segundo dia de Pense Moda. Em pauta, quantidades versus qualidade e a dificuldade das agências de comunicação em representar a imagem deste povo. “Precisamos olhar para nosso mercado e acreditar nele. Não é questão de exclusividade, mas quais valores uma marca passa.” Entre os assuntos discutidos, que a televisão continua sendo a educadora deste país. A internet, por outro lado, é um mundo de possibilidades.
Alexandre Herchcovitch – Sabatina
O estilista, um dos grandes nomes da moda brasileira, é também diretor artístico do SENAC, onde cuida da aproximação dos professores com a realidade da moda e orienta os alunos nos caminhos que ele conhece tão bem. Diretor Criativo da marca que leva o próprio nome, mas não é mais sua, já que vendeu ha quatro anos 70% de sua marca ao grupo InBrands, Neste último ano, vendeu os 30% restantes. Seu contrato segue até 2015. “O meu segredo para o sucesso? A objetividade, não sou indeciso e trabalho com certezas – é o que o faz ganhar tempo”, contou o estilista que cuida de mais de 20 licenciamentos da marca e de projetos especiais ocasionais.
Arianne Phillips
A figurinista Arianne Phillips, outro nome do day 2 do evento, se saiu uma ótima contadora de histórias. “Também gosto de me envolver em projetos em um nível mais profundo, onde acredito poder criar uma imagem duradoura.“ Ela é americana, mas viveu em Londres nos anos 80, foi inspirada pela cultura pop e new wave, pela era do videoclipe e pelas possibilidades de escapismo na caracterização. Alcançou notoriedade depois que passou a vestir Lenny Kravitz, seu amigo. Nesta época, ela comprava muitas vezes roupas infantis para conseguir o shape que buscavam. Recusou-se a trabalhar no primeiro filme de Tarantino, Cães de Aluguel, pois tinha odiado o roteiro. Cuidou do figurino de filmes como Garota Interrompida, O Corvo, O Povo contra Larry Flint, entre outros, e recebeu indicação ao Oscar pelo figurino de Walk the Line (Johnny e June).
Já vestiu bandas como Sonic Youth, Pavement e No Doubt. Na época que vestia Courtney Love, produzindo para a capa de uma Rolling Stone com Courtney, Tina Turner e Madonna, teve a oportunidade de vestir também a rainha do pop. Passaram a trabalhar juntas, e no primeiro projeto, Arianne foi responsável pelo look caubói no album “Music”. Foi figurinista de Madonna por 14 anos e tem cuidado do estilo das ultimas quatro turnês da diva, e conta que Madonna guarda um arquivo com todas as suas roupas de palco.