Jazz’n Rio, 2

por Fernando Ticoulat, de Rio das Ostras

Como prometido, continuamos com nosso report sobre o 9o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival, que rolou durante este feriado de Corpus Christi. Sobre os dois primeiros dias você leu aqui. Foram 29 shows, com um público total de quase 100 mil pessoas, inesquecível a todos presentes. A organização do evento foi excelente e, com exceção dos rotineiros problemas técnicos com os instrumentos de artistas que exigem a melhor qualidade musical possível, tudo ocorreu conforme planejado. Vale lembrar que este é o maior festival do gênero na América Latina. 

Sábado contou com a última e mais esperada noite de todo o festival, lá no palco Costazul. Roberto Fonseca começou a tocar com 40 minutos de atraso, justificado por problemas técnico em seu piano. Sem problemas, afinal de contas, o cubano fez a melhor apresentação individual de todo o evento. Em um quinteto típico – incluindo sax, bateria, percussão e contrabaixo – Fonseca fez homenagens a Ibrahim Ferrer e Cachaito Lopez e terminou o show com “Lo que me Hace Vivir”, belíssima. Outro destaque dessa noite foi sua última atração: Tommy Castro. Começando depois das 2 horas da manhã, o guitarrista e sua banda animaram o público quase até o sol raiar, com direito a participação especial da trompetista alemã Saskia. Quem não saiu despercebido foi o baixista da banda, que usando um sapato de palhaço e uma cumprida barbicha foi alvo de piada de todos presentes. 

Foi difícil ir embora no domingo, principalmente depois da energética mistura entre vários temas do jazz exibido pelo trio Medeski, Martin & Wood e Bill Evans, lá no Palco da Tartaruga. Este palco, aliás, é o melhor das 4 arenas armadas na cidade. Montado em uma ponta de pedras que se descola da praia em direção ao mar, quase todos os músicos que tocaram lá se emocionaram com o público presente. O Festival de Jazz & Blues Rio das Ostras é de fato um dos melhores eventos do Brasil. Pena que, entre tanto carnaval e futebol, ele passe um pouco despercebido por nós…