O timbre tem eco lá na família, na voz do pai, Martinho da Vila, e na voz da irmã, Mart’nália. Mas é voz distinta, é mais doce e fininha, é só dela. Eis Maíra Freitas, moça de pequenos 24 anos que promete virar sensação da música brasileira neste ano. O grande barato de Maíra é sua veia erudita e jazzística, que brota do seio de uma casa que respira o samba e a cultura popular carioca. Maíra graduou-se em música clássica na UFRJ e enveredou pelo piano erudito. Misturou Liszt a Paulinho da Viola e ganhou um mundo inteiro de possibilidades, vocais e rítmicas. “Pra mim eu sempre toquei piano… tinha um piano rosinha em que eu colava uns adesivos de florzinha, de coração…”, recorda. O samba-canção ganha novas notas e a voz da moça vai levando tudo, numa delicada levada de bamba. Pense no sambão “O show tem que continuar” num climinha jazz. É por aí.
Maíra entrou pro riscado à convite do pai, num dueto em Poetas da Cidade, disco dele dedicado à obra de Noel Rosa. Olivia Hime, dona da gravadora Biscoito Fino, ouviu a moça e foi logo convidando: “Quer fazer um disco só seu?”. “Ah, acho que eu quero”, devolveu Maíra. Aí deixou tudo em família: a irmã mais velha produziu seu primeiro disco. “O jeito dela de produzir é divertido”, contou a neo-cantora no vídeo que a apresenta, e que você pode assistir aqui.
No release dela, escrito pelo pai, uma frase bem puxa-saco: “Maíra é uma estrela que começa a cintilar e todos os seus ouvintes serão admiradores que darão Graças a Deus por ela existir.” Amém, Martinho!