Sabe aquele tiozão que tenta fazer piada pros sobrinhos adolescentes no Natal? Que solta aquela piada idiota e fica todo mundo sorrindo amarelo? Pois é essa a sensação de RG ao assistir ao Oscar 2011, esse mega show televisivo que atinge o bilhão de espectadores pelo mundo, mas que nos últimos anos vem perdendo audiência e até crédito – como é que não premiaram a Fernanda Montenegro, rapaz?
Na tentativa de rejuvenescer o show e fisgar uma nova geração de aficcionados pelo cinema e seu star system, o Oscar lançou mão de dois nomes quentes da nova geração. Anne Hathaway se saiu melhor do que o co-host gato James Franco, traído pelo papel de “ator cool”. A atriz mostrou desenvoltura, se esmerou nos números musicais – como canta bem! – e deu tudo de si na hora das piadinhas. As tais piadinhas… Mora aí o problema todo. Voltemos ao tiozão. É ele que escreve o roteiro e as piadas jocosas da festa. Só pode ser. Tudo bobo, constrangedor num nível inaceitável para a festa de uma indústria que vive de bons roteiros. Alguém avisa?
Uma boa solução seria colocar ali Matt Stone e Trey Parker, os criadores de South Park. A dupla que sabe se conectar com a grande – e jovem – audiência. Misturam piada boba (leia-se escatológica) e piada inteligente com desenvoltura digna de prêmio. Fariam um bem à cerimônia. #Fica a dica. Rostinho bonito é bom de ver, mas precisa ter o que dizer.
Em tempo: em dois minutos de cena, o feinho do Billy Cristal, host do Oscar por 8 anos, roubou a cena. Saudade dos tempos em que o Oscar não tentava ser “hip”.