Se há um cinesta elegante, ele é Luchino Visconti. Preocupado com a beleza de cada frame, o italiano cometeu alguns dos filmes mais cultuados dos anos 70, como o tristíssimo “Morte em Veneza” e o grandiloquente “O Leopardo”, para citar dois dos mais famosos. Entre os menos festejados há “Violência e Paixão”, um tratado sobre o conflito de gerações na efervescência sexual e política dos anos 70. O americano Burt Lancaster terminava ali sua colaboração com o cineasta italiano interpretando um intelectual, colecionador de pinturas inglesas do século 18, “Conversation Pieces” que retratavam cenas corriqueiras das famílias daquela época. Cenas de família que se sucedem no filme, cujo enredo retrata uma reviravolta na vida do personagem de Lancaster. Ele vive solitariamente – cercado por quadros e livros – numa luxuosa mansão meticulosamente criada por Mario Garbuglia. Sua rotina é quebrada quando aluga o andar superior para uma marquesa (a excepcional Silvana Mangano), que traz com ela o amante, a filha e o namorado. Pirados, inconsequentes, excêntricos e deliciosamente vulgares, os inquilinos deixam marcas profundas na vida do personagem principal, que muitos acreditam ser um alter ego de Visconti.
A versão restaurada de “Violência e Paixão” reestréia nessa sexta-feira (11.02) com sessões às 14h30 e 19h no Cinesesc, em São Paulo. Se você não está na cidade, corra para a locadora. Merece uma visita.
“Violência e Paixão”
Cinesesc
Rua Augusta, 2075 – Cerqueira César
São Paulo / SP
Fone: (11) 3087-0500
email@cinesesc.sescsp.org.br
Sessões: 14h30; 19h00