Começa nessa quinta-feira (20.01) o Festival de Sundance, celeiro de ideias audiovisuais criado pelo ator e eternamente guapo Robert Redford. Tradicionalmente, o Brasil aparece com poucos e muito interessantes títulos, em geral experiências mais “cabeça”. Na edição deste ano, dois curta-metragens empunham o coté tupi por lá. Um deles é a animação Tempestade, stop-motion de Cesar Cabral e Leandro Maciel que narra as desventuras de um marujo solitário navegando em busca da mulher que ama. O outro é Cinderella, e é nele que vamos nos ater.
O segundo curta metragem da diretora francesa Magali Magistry é uma co-produção Brasil-França. A atriz também mezzo francesa mezzo brasileira Clara Choveaux protagoniza o filme. Ela é Luisa, “uma garçonete que trabalha na noite e assiste ao anúncio do casamento do seu amante. Desesperada, ela será capaz de uma loucura para passar a última noite com o seu amor!”, contou Clara, num papo com RG. Radicada no Rio, Clara virou assunto em Cannes quando se tornou forte candidata ao prêmio de melhor atriz pelo papel de transexual em Tirésia, em 2003. A atriz tem um histórico com Magistry: “Protagonizei seu primeiro curta em 2006, quando nos conhecemos; La Peau Vive é um plano sequência de 9 minutos filmado na França. Nossa colaboração foi tão bacana, nos entendemos tão bem, que ela decidiu vir para o Rio, onde eu estava morando, para filmarmos seu segundo curta. Ajudei muito na pré-produção e também no roteiro, tradução e na arte do filme. Como ela não conhecia ninguém no Rio e não falava português, fui além de atriz sua ponte para todos os encontros importantes para a realização do filme”, remontou. “Foi um grande desafio pra nós duas. Eu me aventurando em outras áreas do cinema e ela, em terra estrangeira!”.
A fotografia, pelo que a gente te mostra aqui, é bem bonita. É também de um franco-brasileiro, Pierre de Kerchove. A turma transnacional cai em Sundance logo mais. “É um festival independente muito importante e vamos representando o Brasil, pois toda a equipe, menos a diretora, é brasileira! Um orgulho pra gente”, ferveu Clara. E o que virá? “O filme já foi vendido para um canal francês e está inscrito em outros festivais, estamos esperando respostas”, torce. E você? “Eu já estou me preparando para o meu próximo longa, aqui no Rio, com a diretora Paula Gaitan, por isso ficarei por aqui”. E a gente de olho em você.