Essa foto aí de cima ganhou eco no Facebook nas últimas semanas. Mas não é recente. No dia 14 de outubro, o músico Rafael Pio foi abordado por policiais militares em frente ao Center 3, um centro de comércio na Rua Augusta, em São Paulo. Músico, Pio ganha a vida com uma guitarra e um amplificador a tiracolo, fazendo som pelas ruas da cidade – além da Augusta, a Teodoro Sampaio. Ocorre que, desde outubro, a prefeitura encara os músicos de rua como ambulantes. Para a gestão Kassab, são comerciantes ilegais, já que não pagam impostos. Como Pio, há centenas. Todos proibidos. O caso do guitarrista ganhou projeção porque houve quiprocó: indignado, ele danificou a Kombi da prefeitura que mais tarde o levaria para a delegacia, com guitarra e tudo. Foi detido, mas solto no mesmo dia.
Para acabar com a tal da proibição, um grupo de manifestantes se reúne nessa segunda-feira (20.12), ao meio dia, em frente ao MASP para protestar. De lá, seguem em passeata pela Rua Augusta e pela Avenida Paulista. De volta ao MASP, farão a leitura da carta-manifesto pró-artistas de rua. Durante o cortejo, serão recolhidas assinaturas da população em apoio à causa dos artistas de rua. A organização manda avisar que “Todo o percurso será feito pelas calçadas sem intervir no fluxo de trânsito local de automóveis”.
A manifestação atenta para o fato de que “gorjeta não é comércio, é doação!”. Quem viajou pela Europa e pelos Estados Unidos sabe que é comum topar com músicos nas ruas e no metrô. E nesses países é um pouco mais fácil viver de arte… aqui no Brasil, ao contrário, é difícil. Dificílimo. Ainda mais agora.