Resistindo bravamente a cultura de massa, o Metropolis segue firme na grade da TV Cultura, alardeando boas ideias. Na nova fase da emissora, a revista eletronica devolve ao publico seu antigo apresentador, o roqueiro Cadao Volpato. Na noite dessa segunda-feira (13.09), as 20h, ele volta ao cenario com uma tarefa a mais: dirigir. Sobre as novidades, ele conversou com RG:
RG – O programa e um bunker da inteligentsia, o unico da TV aberta a tratar francamente de cultura. O que isso te diz sobre a maneira como a cultura e tratada no pais em que a gente vive?
Cadao Volpato – A cultura tem papel secundario no Brasil, assim como a educacao. Cabe a TV publica tratar o assunto com dignidade. Para mim, e uma honra voltar a fazer um programa de cultura que tem 22 anos de idade, e sempre viveu numa TV publica.
RG – E sua estreia da direcao? O que tem de medo e (bom) delirio nesse processo?
CV – A chave e simples: quem dirige um programa e o apresenta sabe tudo o que esta acontecendo nele. E uma combinacao feliz, mas se eu nao tivesse uma boa equipe nos bastidores estava frito. As pessoas que trabalham comigo agora no Metropolis sao muito competentes.
RG – Ao vivo, 6 dias por semana. Como e que faz pra manter o mesmo mood, o mesmo tom? Ou isso nao e uma preocupacao?
CV – Cultura e o meu reino, sempre foi. Um programa de uma hora, ao vivo, so pode ser feito por alguem que adora o que faz. Eu me sinto de volta ao meu elemento.
RG – O que e que a gente vai assistir de mais legal no Metropolis? Convida a gente.
CV – Acho que o programa ganha em materia de humanidade: cada dia entrevisto alguem relevante, ao vivo no estudio – uma conversa inteligente. Isso e intimidade, e humanidade. O musico, no Metropolis, vai tocar como nao toca em nenhum outro lugar. Vai tocar conversando. Eis a lista de entrevistados da primeira semana: Tom Ze, Fernando Meirelles, Gloria Menezes, Arrigo Barnabe e Anelis (homenageando Itamar Assumpcao), Lucio Maia e Edgar Scandurra tocando Jimmi Hendrix em suas guitarras. E isso e so o comeco.