Ame ou nao, um disco de Caetano Veloso e sempre um fato a celebrar. O novo, Zii e Zie, acaba de chegar as redacoes. Hora de parar com tudo, respirar com mais calma e se aprontar para a audicao. Vale perder minutos preciosos para o trabalho. Nao e que vale a pena viver de escrever?
“Inda Posso Me Apaixonar”, canta o baiano, ja na segunda (e melhor) faixa, “Sem Cais”, entre melancolia e esperanca. O tom do disco e esse: e mais triste que feliz, e sobre as mulheres e o sexo (“Tarado Ni Voce” nao pode ser mais explicita). E confessional, como e tudo em Caetano. E tambem o resultado da nova banda de Caetano, a bandaCe, reuniao de jovens roqueiros que contribuem ha um tempinho para a nova e boa sonoridade do barbaro, algo entre o samba e o rock, que ele chama de “Transambas com atitude Transrock”. Caetano e um novo criador de musica, mesmo em faixas tao tropicalistas como “A Cor Amarela”, uma ode a derriere que faria o sitio dos Novos baianos vir abaixo, parangoles em extase.
Ei, mas este ai e o Caetano, ser politico por natureza, entao tem tambem uma cancao protesto, meio “Haiti”: a faixa 6, “A Base de Guantanamo”, e oportuna, mas um tantinho datada, no momento em que Obama decreta o lento fim da base militar americana em Cuba. Mas e a cara do cara. Meio soturna e estranha, pra protestar mesmo, nao pra gostar. Nao da pra gostar de tudo nessa vida… Mas RG gostou de “Falso Leblon”, guitarrinhas sambando e Cae falando que “odeia a va cocaina mas amo a menina”… Bom tambem e o sambinha “Ingenuidade”, bem carioca – alias, o album e a cara do Rio (ouca “Lapa”), ainda que fale de outras paragens, tipo a Lisboa de “Menina da Ria”. E apesar do titulo italiano, que significa “tios e tias”. Sem nenhuma razao clara, so estetica. Sem, explicacao, como algumas lacunas das letras do album, que ficam ali esperando a sua resposta.
Para responder, ouca. Numa loja perto de voce, num download logo ali. Ja ja.