Ir ao teatro e uma experiencia que esta alem do palco. Chegar, ouvir o burburinho da plateia… Pode existir um prazer nessa especie de ritual, e foi esse o caso no dia em que fui assistir “Opereta Carioca”, em cartaz no Teatro Maison de France, no Rio. Me deparei com um teatro repleto de senhoras arrumadas e cheias de assunto, visivelmente a grande maioria ali. Havia tambem alguns casais de meia idade, e um ou outro mais jovem – na aparencia. Me pareceu, sentado ali, antes de abrir a cortina, que ir ao teatro realmente pode ser um otimo programa!
Uma locucao gravada, de um senhor com um forte sotaque frances e um leve mal humor que mais enternece que irrita, anuncia o inicio do espetaculo e pede reiteradamente que se desliguem os aparelhos celulares! Sera que isso ja faz parte da peca?! Nao, e a voz de Cedric, um frances bem conhecido dos atores cariocas, que administra ha anos o teatro. Abrem-se as cortinas, e o que assistimos e uma sucessao de sambas muito bem interpretados e acompanhados por um otimo quinteto de musicos, que costuram levemente a trajetoria de um casal ao longo de um romance a moda de samba.
Gustavo Gasparani e Soraya Ravenle, parceiros nessa empreitada tambem fora do palco, assinando a realizacao da obra, transitam com naturalidade entre letras de sambas famosos e outros ja quase esquecidos. Ele com a propriedade de um passista da Mangueira que comemora vinte anos de desfiles neste carnaval. Um apaixonado pelo samba, como ja demonstrou em outros espetaculos como “Otelo na Magueira”. Ela compondo uma cabrocha debochada, ate que muito convincente pra quem nao e tao familiarizada com o universo do morro – e nem tem o biotipo para tal.
A peca flui, gostosa e bem humorada, sem que os personagens e nem sua historia se imponham sobre o grande soberano do espetaculo: o samba e sua vasta poesia, que alem de ser cantado tambem e falados as vezes, como dialogos mesmo. Interessante perceber como Gasparani, que assina o texto, constroi essa trajetoria, apropriando-se das letras de sambas de varias epocas. Alias, ele proprio e autor de duas musicas, o que so confirma sua paixao pelo “metier” – aproveitando agora a inspiracao do Cedric!
A esses bambas do teatro juntam-se outros: Joao Fonseca, diretor dos mais requisitados atualmente no Rio, Marcelo Olinto, que assina os figurinos e e um grande ator, parceiro de Gasparani na consagrada Cia. dos Atores. Ha Nello Marrese, que assina o cenario e e parceiro de Fonseca de longa data. E os otimos musicos. Teatro “comme il faut”!
Ficha Tecnica
Opereta Carioca
Autor: Gustavo Gasparani
Direcao: Joao Fonseca
Elenco: Soraya Ravenle e Gustavo Gasparani
Direcao musical: Joao Callado e Nando Duarte
Musicos: Joao Callado (cavaquinho), Nando Duarte (violao), Joana Queiroz
(clarinete), Fabiano Salek (percussao) e Marco Basilio (percussao)
Cenografia: Nello Marrese
Figurinos: Marcelo Olinto
Coreografia: Sueli Guerra
Iluminacao: Luiz Paulo Nenen
Preparacao vocal do ator: Pedro Lima
Fotografia: Marco Antonio Gamboa / Guga Melgar
Programacao visual: Paula Joory
Producao executiva: Erika Riba
Criacao de visual: Marcelo Olinto
Acessorios e bijuterias: Juliana Nicolay
Aderecos: Carmen Carneiro Miranda
Marketing Cultural: Gheu Tiberio
Assessoria de Imprensa: Will Comunicacao e Marcelo Rocha
Assistente de Marketing Cultural: Alice Motta
Assistente de direcao: Marcos Correa
Cenografa Assistente: Natalia Lana
Assistente de coreografia: Daniel Moragas
Tecnico de som: Branco
Operador de som: Rodrigo Bezerra de Mello
Operador de luz: Jose Augusto Junior
Contra-regra: Tiago
Costureira: Conceycao Carneiro
Maquiagem: Zezinho
Camareira: Arminda
Administracao: Armando Lito – PAN Eventos
Controle financeiro: Wallace Maia
Realizacao: Gustavo Gasparani e Soraya Ravenle
SERVICO
“Opereta Carioca”
Teatro Maison de France PSA Peugeot Citroen
Av. Presidente Antonio Carlos, 58 – Centro
Bilheteria: 2544 2533
HORARIO: Quinta, Sexta e Domingo, as 19:30h, Sabado, as 20:30h – ate 15 de
fevereiro
DURACAO: 1H20
CLASSIFICACAO ETARIA: nao recomendado para menores de 12 anos
INGRESSOS: R$ 60,00
Manobristas no local