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Mix Brasil

RG Vogue bateu um papo com Suzy Capó, organizadora do festival

Comecou polemico, restrito e um tanto marginal. Hoje, debutante, o festival de cinema e video Mix Brasil esta bem mais proximo do mainstream – pelo menos para voce, leitor de RG Vogue. Diversidades sexuais afins desfilaram pelas telas desde 1993, quando Andre Fischer e Suzy Capo criaram a coisa toda. Nesta terca-feira (13.11), tem inicio a 15ª edicao do Festival. Suzy Capo, gentilmente, conversou com RG Vogue a respeito. O papo:
 
RG Vogue – O que mudou do inicio do festival pra ca?
Suzy Capo – Muita coisa mudou desde que comecamos o festival em 1993. Houve avancos na sociedade brasileira, na midia. E avancos tecnologicos tambem (como por exemplo a Internet, so pra citar o mais obvio), que tiveram um enorme impacto na producao audiovisual, ne? Hoje e muito mais facil e barato fazer um video, e muito mais facil veicular esse video. Mas sao muitos os fatores que apontam para a mudanca de contexto. Ha hoje inclusive um mercado para filmes com tematica gay & lesbica, coisa que ainda estava se esbocando quando o Mix Brasil comecou.
 
RG – Em que medida a arte pode modificar o comportamento, o senso comum?
SC – A arte pode modificar o comportamento, o senso comum porque traz expressoes, representacoes, construcoes com as quais formamos as nossas identidades, os elementos nos quais nos apoiamos para perceber o mundo em que vivemos. Qualquer arte que traga uma visao alternativa daquilo que e um senso comum, que e considerado “normal”, tem o potencial transformador.
 
RG – O festival se tornara menos ativista um dia? E um cenario idealizado?
SC – O festival nao e um evento ativista, ele tem potencial ativista, mas e um evento cultural. E um festival de cinema e video tematico. Mas essa discussao e bastante atual no circuito de festivais GLBT no mundo inteiro. A gente so ve crescer o numero de festivais com essa tematica, sinal de que sao necessarios, importantes, mesmo em paises onde, a principio, foram conquistados todos os direitos que haviam para serem conquistados. Como a Holanda, por exemplo. No ano passado exibimos um documentario chamado “O Fim do Arco-Iris”, que discutia a necessidade de movimentos organizados GLBT. Me lembro que tinha um casal gay que morava em Rotterdam que sofria ameacas constantes de jovens holandeses, descendentes de muculmanos.
 
RG – O festival segue rodando por outros paises? Qual a proxima parada?
SC – Nao e bem o festival que circula por outros paises. Temos um projeto de difusao que leva programas de filmes brasileiros (curtas geralmente) para outros festivais e cidades. Ja exibimos filmes em mais de 30 cidades/festivais em todas as regioes do mundo. Neste mes de novembro, simultaneamente ao festival em Sao Paulo, estaremos em Madrid e em Paris.
 
RG – O que voce destaca na programacao para o leitor da RG Vogue?
SC – Hmmm, deixe me ver os destaques para o leitor da RG…
 
– Desaparecido: Danny Williams na factory de Warhol
– Viva
– Nights of Black Leather
– Onde Andara Dulce Veiga
– Oh Happy Day
 
Bjks, Suzy

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