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Após pesquisar, você finalmente escolheu a clínica onde realizará o tão sonhado procedimento estético. No consultório, o médico faz uma avaliação e recomenda uma série de tratamentos específicos para o seu caso. Mas, ao deitar na maca, você é surpreendido: o médico que te atendeu com tanto carinho não será o responsável pela realização do procedimento, que ficará a cargo de outro profissional. Essa é uma prática que tem se tornado cada vez mais comum nas clínicas de medicina estética, pois, dessa forma, o médico ganha tempo e pode atender mais pacientes. Mas a saúde do paciente e a eficácia do tratamento são colocadas em risco.
“A avaliação e diagnóstico médico é realmente imprescindível antes da indicação de procedimentos estéticos, pois apenas o profissional especializado é capaz de montar um plano de tratamento completo e personalizado que leva em consideração as individualidades de cada paciente, o que garante resultados muito mais satisfatórios e eficazes. Mas a atuação do médico não deve acabar aqui. O ideal é que os procedimentos sejam realizados pelo médico que fez a avaliação do paciente e o planejamento do tratamento”, explica a Dra. Cláudia Merlo, médica especialista em cosmetologia pelo Instituto BWS.
A especialista explica que, mesmo após uma avaliação detalhada e indicação adequada dos procedimentos, os planos de tratamento podem precisar de alterações conforme são colocados em prática. “A resposta do paciente ao tratamento é muito individual e imprevisível. Logo, não é incomum a necessidade de recalcular a rota no momento de aplicação para garantir um efeito mais eficaz e satisfatório”, diz Claudia, que explica que os lasers, por exemplo, possuem parâmetros que devem ser ajustados na hora de acordo com as especificidades de cada paciente, caso contrário há risco de danos ou subtratamento.
“Somente o médico que indicou o tratamento possui o domínio e as informações necessárias para realizar essas alterações de conduta e abordagem. E os pacientes enxergam que os resultados são muito diferentes quando o procedimento em si é realizado por um profissional especializado”, afirma.
A segurança também é uma questão quando o procedimento não é realizado por um médico, pois o risco de complicações é maior. “No caso dos procedimentos injetáveis, por exemplo, é fundamental que o profissional responsável pela aplicação possua um profundo conhecimento da anatomia das estruturas faciais e das técnicas de injeção para reduzir o risco de complicações relacionadas à aplicação inadequada dessas substâncias, como isquemias e necrose. O médico também é o único profissional apto a solucionar qualquer problema que venha a ocorrer durante o procedimento, devendo agir imediatamente”, ressalta a especialista.
Mesmo procedimentos não invasivos, como os lasers, devem ser feitos pelo médico que os indicou. “Além de ser o responsável por, se necessário, alterar os parâmetros do equipamento, o médico é quem conhece a fundo a tecnologia e o modo de ação do laser para manuseá-lo da maneira adequada e, assim, evitar a ocorrência de queimaduras e manchas.”
Para evitar cair em ciladas, o paciente deve estar disposto a fazer uma pesquisa profunda sobre o médico e o procedimento. “Procure referências do médico com conhecidos ou então acompanhe-o nas redes sociais para verificar como os procedimentos estéticos são realizados”, aconselha a especialista. Além disso, na hora da consulta, não tenha medo de pedir explicações sobre o tratamento ou de perguntar quem realizará o procedimento.
“Na clínica, sempre procuro detalhar todo o tratamento para o paciente, com exemplos anatômicos e fisiológicos, para tranquilizá-lo sobre sua escolha. Em vez de realizar diversas consultas ao longo do dia, ofereço um tempo prolongado de atendimento para dar máxima atenção aos meus pacientes, acompanhando-os desde o momento em que entram no consultório até saírem e, muitas vezes, ainda depois, caso tenham alguma dúvida sobre os resultados e os cuidados pós-operatórios”, finaliza a médica.