Obra de Roberto Magalhães – Foto: Divulgação
Casa Triângulo tem o prazer de apresentar a primeira exposição individual do artista Roberto Magalhães (Rio de Janeiro, 1940) na galeria, com curadoria de Felipe Scovino. A abertura acontece no dia 25 de março.
A exposição é um sobrevoo sobre os cerca de 60 anos de trabalho de Magalhães. Sua poética se caracteriza por uma distorção do real, ou melhor dizendo, faz com que através dela percebamos o quão grotesca e paradoxalmente hilária pode ser a realidade. As formas de seus personagens, retratos, autorretratos, objetos e paisagens apresentam-se dissolvidos, estendidos, diminutos, divertidos e notoriamente fora da ordem. São cenas e personas ficcionais mas que constroem um forte laço associativo com o real. Aliás, ficção e realidade não encontram distinções muito evidentes na sua obra, pois se misturam e se complementam, como se uma se alimentasse da outra.
Sua trajetória começa em 1961 quando frequenta por três meses, como aluno livre, cursos da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Foi lá que Magalhães teve contato com o professor e artista Adir Botelho e com a xilogravura, técnica que resultou em um novo caminho para a sua produção.
Em 1962, realiza sua primeira exposição, na Galeria Macunaíma. E a partir daí recebe prêmios e participa de exposições-chaves na história da arte brasileira, como “Opinião 65” (1965) e “Nova Objetividade Brasileira” (1967). Ainda jovem, participa da 4ª Bienal de Paris e da 8ª Bienal de São Paulo, além de várias mostras coletivas no exterior.
Suas obras nesse período, como as xilogravuras aqui apresentadas, caracterizam-se por uma violência gráfica, com a presença cada vez mais substancial de seres monstruosos em um ambiente taciturno. Reflexo da tensão que se vivia naqueles tempos.